A acessibilidade digital deve ser uma preocupação de empresas de todos os setores de atividades. Uma vez que, ao mesmo tempo em que os negócios estão inseridos na corrida da transformação digital, visando tornarem-se atraentes e competitivas em seus mercados, elas também podem se tornar excludentes quando não pensam em acessibilidade.
A pauta da inclusão social também atinge o digital, onde pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação não têm visibilidade e não são consideradas como público consumidor das marcas. Toda empresa deveria se preocupar em reverter esse cenário de exclusão, atuando de forma mais empática para com as pessoas com deficiência.
Continue lendo para entender a importância da acessibilidade digital para empresas de todos os setores de atividade, o que é na prática ser acessível online e como promover essa inclusão por meio de suas mídias digitais de forma prática.
O que é acessibilidade digital?
Segundo o Governo Federal, a acessibilidade digital corresponde à eliminação das barreiras na internet que possam dificultar o acesso ao conteúdo dos sites e portais. Assim, o conceito prega que os sites devem ser projetados para que todas as pessoas, independente de suas capacidades motoras, visuais, auditivas, intelectuais, possam perceber, entender, navegar e interagir com as páginas de maneira efetiva.
Nesse contexto, as pessoas com deficiência são as mais prejudicadas. Segundo relatório da OEA, o total de pessoas com deficiência residentes no Brasil em 2022 era de 18.579.623, representando 18% da população registrada no censo demográfico. Ou seja, não promover acessibilidade digital representa descaso com uma parcela significativa da população.
Ressaltamos que a acessibilidade digital está prevista no Decreto Federal 6.949 de 2009 que, entre outras diretrizes, determina que os estados devem tomar medidas apropriadas para assegurar o acesso em igualdade (…) inclusive aos sistemas de tecnologias da informação e comunicação.
Como funciona a acessibilidade digital?
A acessibilidade digital funciona a partir da aplicação de recursos, ferramentas e boas práticas que permitem a inclusão. Isso envolve desde descrições de imagens até a adaptação de plataformas para navegação via teclado, legendas em vídeos, tradução em Libras e contraste adequado entre texto e fundo.
Ela deve estar presente em toda a experiência do usuário: ao acessar um site, preencher um formulário, assistir a uma aula online ou realizar uma compra em e-commerce.
Promovendo acessibilidade, uma fatia expressiva da população que antes era invisibilizada, passa a ter a oportunidade de se relacionar com a sua marca. Para isso, é essencial recorrer a soluções que facilitem esse processo: acesse aqui a plataforma do ICOM.
Qual a importância da acessibilidade digital?
A acessibilidade digital é importante porque garante a inclusão de milhões de pessoas que, sem esses recursos, ficam impedidas de consumir informações, produtos e serviços. Para as empresas, a decisão de ser mais acessível também representa:
- Responsabilidade social: demonstra empatia e respeito às diferenças;
- Maior alcance de público: amplia a base de consumidores da marca em potencial;
- Adequação legal: cumpre normas previstas na legislação brasileira;
- Melhoria da experiência do usuário: torna sites e aplicativos mais intuitivos para todos os usuários.
Portanto, focar os esforços na acessibilidade beneficia a empresa e também os clientes que interagem com a marca diariamente.

Quais são os tipos de acessibilidade digital?
A acessibilidade digital se baseia em quatro princípios definidos pelas Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG):
Perceptível
Um conteúdo acessível é aquele que é apresentado de forma que possa ser percebido por todos os sentidos daquele que interage com o conteúdo, o que inclui o uso de legendas textuais para imagens, legendas para vídeos e contraste adequado entre fundo e texto.
Operável
A interface de um conteúdo acessível é operável e funcional para qualquer pessoa, podendo usar recursos como a navegação via teclado, botões grandes e fáceis de clicar e contando com tempo adequado para realizar ações na página.
Compreensível
As informações disponíveis na página devem ser claras e consistentes, com linguagem fácil de compreender e estrutura lógica de títulos e parágrafos para facilitar a compreensão.
Robusto
O conteúdo deve ser compatível com diferentes navegadores, dispositivos e tecnologias assistivas, como os leitores de tela.
Quais são os principais desafios da acessibilidade digital?
Uma pesquisa realizada pelo movimento Web para Todos demonstrou que a falta de conhecimento das empresas é um dos fatores que justificam a ausência de uma estrutura acessível nos sites. A pesquisa ainda destaca que algumas empresas não consideram necessária a adaptação de sites e materiais digitais. Alguns dos principais desafios para a adaptação são:
1. Falta de conhecimento
Alguns responsáveis pelas decisões nas empresas não conhecem a fatia de público que podem alcançar promovendo a acessibilidade. E justamente pela falta de letramento em relação aos recursos de acessibilidade e a necessidade de uma parcela significativa da população, os responsáveis pela tomada de decisão não investem em acessibilidade digital.
2. Barreiras técnicas
Em muitos casos, na corrida pela digitalização do negócio foram adotadas plataformas que não são compatíveis com leitores de tela, teclados e outras tecnologias usadas por pessoas com deficiência. Além disso, o design da página também pode ser inacessível para pessoas com deficiências motoras, o que exige investimento para a atualização.
3. Preconceito e capacitismo
Não é raro que o mercado invisibilize as pessoas com deficiência, considerando que não são público-alvo de uma determinada marca. Por isso mesmo, é importante tirar essa fatia da população da invisibilidade e se posicionar como uma marca acessível e inclusiva.
4. Resistência à mudança
Não é raro que as empresas tenham dificuldade em adaptar práticas e políticas existentes para abraçar a acessibilidade digital.
Conforme dados do Procon-SP, 39% das pessoas com algum tipo de deficiência que fazem compras online enfrentam dificuldade na realização da compra, sendo o mais comum a falta de acessibilidade do site. A pesquisa ainda revela que dos que tentaram reclamar e resolver o problema, apenas 19% tiveram êxito.
Assim, a pessoa que precisa acessar alguma informação na web, ou preencher um cadastro, assistir uma aula, estudar, participar de reuniões, fazer compras ou só se entreter, encontra entraves. O que desencadeia a necessidade de ajuste para que sua empresa possa ser uma das marcas consumidas por aqueles que almejam efetuar compras online.
Como a Lei Brasileira de Inclusão tem relação com a acessibilidade digital?
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) estabelece diretrizes para garantir acessibilidade em todos os espaços, incluindo o digital.
Ou seja, segundo a legislação, os sites e aplicativos precisam ser acessíveis, com o intuito de que pessoas com deficiência possam acessar os conteúdos, realizar compras e outras interações.
Quando a empresa não está alinhada ao que rege a legislação, é natural ter reclamações e dependendo da gravidade da situação, a empresa poderá sofrer sanções.
Em geral, as grandes empresas oferecem canais para clientes deficientes, como o atendimento telefônico. Contudo, a medida não é suficiente para que a acessibilidade se mostre como uma prática da organização. É preciso seguir as normas WCAG para que a organização tenha páginas verdadeiramente acessíveis e inclusivas.
Quais são os benefícios da acessibilidade digital?
Promover acessibilidade digital é uma medida que desencadeia uma série de benefícios para a empresa e seus clientes, como:
1. Amplia o público alcançado por sua marca e a diferencia
A empresa passa a atingir clientes que antes eram invisíveis para a marca. Além disso, o fato de atender uma parcela significativa da população que é negligenciada pelos concorrentes gera uma diferenciação competitiva.
2. Fortalece a reputação da marca
Uma empresa que é considerada inclusiva é vista de forma mais positiva pelo mercado, fortalecendo a reputação do negócio perante fornecedores e clientes.
3. Melhora o SEO
Sites que são acessíveis tendem a ter melhor desempenho em buscadores, o que também é um diferencial competitivo do negócio que aparece em destaque frente aos demais concorrentes.
São exemplos de boas práticas de acessibilidade digital?
Agora que sabemos que ter um site com estrutura acessível para todos, independente de suas limitações, é um ato que posiciona a empresa como efetivamente inclusiva no mercado, vamos elencar dicas de como tornar sua página da web acessível. Entenda:
Texto alternativo (ALT) em imagens
Um dos principais pontos na acessibilidade digital é a descrição de imagens que ajuda as pessoas com deficiência visual a ter acesso ao conteúdo exibido. No texto, tenha cuidado para descrever a imagem de forma objetiva e clara. Da mesma forma, os conteúdos não-textuais devem ser descritos para que os leitores de tela possam identificá-los.
Legendas e descrições de áudio
Além das legendas, é interessante que os conteúdos em vídeo possuam janela de libras, tanto com um avatar digital ou com um tradutor para surdos não oralizados. Já os conteúdos em áudio, como podcasts, devem ter também uma versão transcrita.
Navegação por teclado
A navegação por teclado é uma aliada para pessoas com limitações motoras conseguirem acessar o conteúdo sem dificuldades ou dependência de terceiros para auxiliá-lo na navegação.
Linguagem clara e estruturação lógica
Além da descrição das imagens, utilize fontes em tamanhos legíveis e cores que respeitem as regras de contraste para facilitar a leitura da página. Os links devem estar facilmente identificados e o texto deve estar estruturado de forma lógica.
Contraste de cores
O contraste de cores entre fundo e letra contribui para melhorar a leitura realizada por pessoas com baixa visão, viabilizando total compreensão da mensagem exibida na tela.
Como promover a acessibilidade digital?
Promover a acessibilidade é possível através de medidas relativamente simples que podem ser implementadas em seu negócio, como:
1. Mapear barreiras
É essencial identificar quais são as barreiras existentes em seus sites e sistemas, com o intuito de identificar as medidas que precisam ser adotadas para melhorar a acessibilidade.
2. Treinar a equipe
Sua equipe de TI, marketing e comunicação precisam dominar conceitos de acessibilidades, não só para que possam fazer a transição, como também para que possam construir novos conteúdos já utilizando as diretrizes adequadas.
3. Teste o conteúdo com usuários reais
Para ter certeza de que as mudanças implementadas são eficientes, é importante testar o conteúdo com usuários reais. De modo que, possa garantir que os ajustes necessários serão feitos, com o intuito de beneficiar a inclusão.
4. Aperfeiçoe continuamente
Nenhuma atualização é suficiente para sanar a demanda de acessibilidade de uma única vez. Afinal, a tecnologia está em evolução contínua. O que demanda que a equipe seja responsável por aperfeiçoar continuamente a página.
Conclusão
A acessibilidade digital não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso social e uma oportunidade estratégica para as empresas. Ao investir em práticas inclusivas, sua marca amplia o alcance, fortalece a imagem e oferece uma experiência positiva para todos os públicos.
Mais do que adaptar um site, trata-se de construir um ambiente digital inclusivo e empático, que reconheça a diversidade e promova a igualdade de acesso à informação e ao consumo. Conte com a plataforma de soluções acessíveis do ICOM e descubra como promover inclusão com Libras em seu negócio.