A lei de acessibilidade em clínicas estabelece regras para eliminar barreiras físicas, comunicacionais e tecnológicas em ambientes de saúde. Seu objetivo é garantir que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida recebam atendimento seguro, digno e eficiente

Para empresas do setor de saúde, entender essas obrigações legais é essencial, não apenas para evitar penalidades, mas também para oferecer um serviço de qualidade, fortalecer a reputação e atrair pacientes que buscam atendimento inclusivo.

Acessibilidade em clínicas vai além de rampas e adaptações físicas. Envolve comunicação clara, recursos tecnológicos, treinamento da equipe e políticas institucionais que promovam inclusão de forma integral. 

Neste artigo, detalhamos o que a lei prevê, os benefícios de adequar a clínica, normas técnicas que orientam as adaptações, dicas práticas para implementação, penalidades para quem não cumpre a legislação e a abrangência da obrigatoriedade.

O que é a Lei de acessibilidade em clínicas?

A principal referência legal é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). Ela define direitos das pessoas com deficiência, adaptações necessárias e mecanismos de fiscalização e penalidades para descumprimento.

O objetivo central da lei é assegurar igualdade de oportunidades, garantindo participação plena em todos os aspectos da vida social, cultural, educacional e profissional. 

No setor de saúde, isso significa planejar cada etapa do atendimento — da recepção à alta médica — para remover obstáculos que dificultem o acesso ou limitem a autonomia do paciente. Clínicas que seguem a legislação oferecem um ambiente funcional e seguro, beneficiando pacientes, colaboradores e a própria instituição.

Além da LBI, normas complementares orientam a adequação, como a ABNT NBR 9050:2020, que define parâmetros de acessibilidade em edificações e espaços urbanos, e normas internacionais de acessibilidade digital, como a WCAG 2.1, que estabelecem padrões de navegação, contraste e interação em sites e sistemas digitais.

Por que a Lei de acessibilidade é importante para clínicas?

Cumprir a lei de acessibilidade envolve aspectos legais, econômicos, reputacionais e operacionais. Primeiro, atende a um direito constitucional. A Constituição Federal assegura saúde e dignidade a todos os cidadãos e negar acessibilidade configura discriminação.

Do ponto de vista de mercado, a acessibilidade amplia o alcance da clínica. No Brasil, existem mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Adaptar espaço físico e processos internos permite atender a um público expressivo, muitas vezes negligenciado pelo setor de saúde, o que pode aumentar a fidelização de pacientes e fortalecer a presença no mercado.

A acessibilidade também fortalece a reputação institucional. Clínicas inclusivas são vistas como responsáveis, valorizadas por pacientes, colaboradores, fornecedores e órgãos reguladores. Cumprir a lei reduz riscos legais, evitando multas, interdições e processos judiciais. 

Além disso, melhora a experiência do paciente, transmitindo confiança e favorecendo a adesão ao tratamento, resultando em melhores resultados clínicos.

O que a lei exige em termos de acessibilidade em clínicas?

Acesso físico e circulações

A legislação exige rotas contínuas, sem degraus ou desníveis, rampas com inclinação máxima de 8,33% e portas com vão livre mínimo de 0,80 m. Corredores devem ter largura mínima de 1,20 m, e cada ambiente precisa de área de giro de 1,50 m, permitindo o manuseio de cadeiras de rodas com segurança.

Sanitários acessíveis

Os sanitários devem permitir manobras confortáveis, com barras de apoio laterais e traseiras, lavatórios com frente livre e torneiras de fácil acionamento, pisos antiderrapantes e altura adequada de bancadas.

Estacionamento e acesso externo

Clínicas precisam oferecer vagas de estacionamento sinalizadas com o Símbolo Internacional de Acesso, faixas de circulação de, no mínimo, 1,20 m, pisos regulares, não escorregadios e sem trincas.

Sinalização visual e tátil

Pisos táteis de alerta e direcionamento devem guiar pacientes, enquanto placas informativas precisam ter alto contraste, fonte legível e alto-relevo. Elevadores e avisos de emergência devem incluir sinalização sonora.

Comunicação acessível

Clínicas devem disponibilizar intérprete de Libras presencial ou por videointerpretação, materiais em braile ou letra ampliada e legendas em vídeos institucionais. O ambiente digital também precisa ser acessível, atendendo ao padrão WCAG 2.1 AA, com contraste adequado, textos alternativos e navegação por teclado.

Plano de emergência acessível

As rotas de fuga devem ser adaptadas, com sinalização luminosa e sonora. A equipe deve ser treinada para orientar pacientes pacientes com deficiência, garantindo segurança em situações de emergência.

Quais são as normas técnicas para acessibilidade em clínicas?

O cumprimento da lei deve seguir normas técnicas consolidadas. 

  • ABNT NBR 9050:2020: define critérios para rampas, corrimãos, pisos e sinalização; 
  • ABNT NBR 14022:2016: estabelece parâmetros para áreas de transferência e mobilidade de cadeirantes;
  • ABNT NBR 16537:2016: trata de placas em braile, promovendo orientação sensorial; 
  • WCAG 2.1 AA: é voltado para o digital e garante acessibilidade em sites, sistemas e aplicativos, contemplando contraste, textos alternativos e navegação completa por teclado.

Integrar essas normas permite criar ambientes funcionais, seguros e inclusivos, prontos para atender pacientes, colaboradores e visitantes.

Como adequar a clínica à lei de acessibilidade?

Auditoria completa

O primeiro passo é mapear barreiras físicas, comunicacionais e digitais, contratando consultoria especializada. Em seguida, é elaborado um relatório detalhado com prioridades de intervenção.

Projeto arquitetônico inclusivo

Rampas e pisos nivelados, ampliação de portas e corredores, reorganização de salas de exame e áreas de espera são essenciais. Sanitários devem ter barras de apoio, pisos antiderrapantes e espaço livre para cadeirantes. A sinalização visual e tátil deve cobrir todo o percurso.

Capacitação da equipe

Profissionais de recepção, enfermagem e atendimento devem receber treinamento em Libras, atendimento humanizado e simulação de evacuação assistida.

Comunicação acessível

Materiais impressos devem estar em braile ou letra ampliada. Vídeos precisam ser legendados, e canais de videointerpretação devem estar disponíveis.

Adequação digital

Sites, portais e sistemas devem atender ao padrão WCAG 2.1 AA, com contraste adequado, textos alternativos e navegação completa por teclado.

Parcerias estratégicas e monitoramento

Organizações de apoio à pessoa com deficiência podem ajudar na manutenção e avaliação contínua. Revisões semestrais e testes com usuários reais garantem que as adaptações funcionem na prática.

Quais são as penalidades para clínicas que não cumprem a lei de acessibilidade?

O descumprimento pode gerar multas, interdições parciais ou totais, processos judiciais por danos morais coletivos, descredenciamento junto a convênios e prejuízo à imagem institucional. Cada uma dessas sanções impacta diretamente a operação e a receita da clínica.

A lei de acessibilidade se aplica a todas as clínicas?

Sim. Todas as clínicas com atendimento ao público: privadas, públicas, consultórios, laboratórios, ambulatórios e hospitais de ensino devem cumprir a lei. 

Plataformas digitais de agendamento e telemedicina também devem ser acessíveis, assim como atendimentos domiciliares precisam garantir comunicação remota inclusiva. As exceções são restritas e não eliminam a necessidade de acessibilidade digital e comunicacional.

Conclusão

A lei de acessibilidade em clínicas reforça o compromisso do setor de saúde com dignidade, igualdade e segurança. Adequar sua clínica não é apenas cumprir a legislação, mas criar um diferencial competitivo, melhorar o atendimento e ampliar o público.

Investir em acessibilidade traz benefícios reais para pacientes, colaboradores e empresas

Agende uma consultoria especializada e comece a transformação do seu espaço. Colocar a inclusão no centro da estratégia significa elevar a excelência e assumir responsabilidade social no cuidado à saúde.Escrito por:
Camila Santos – Analista de Conteúdo

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