Como a sua empresa atua em relação à inclusão de pessoas com deficiência? Nós queremos saber e vamos te ajudar. Essa é uma preocupação importante, já que a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho não é apenas para que a empresa esteja de acordo com a legislação vigente, mas também para que possa aproveitar devidamente os conhecimentos do profissional que possui deficiência.


Sem contar que, cada vez mais, o consumidor está atento a temas como inclusão de pessoas com deficiência. Muitos já avaliam isso antes de se tornarem clientes de uma empresa.

Independente do objetivo, é necessário que a empresa faça todas as adequações necessárias para proporcionar uma inclusão verdadeira de pessoas com deficiência. Veja quais são elas.

Como está o mercado de trabalho para pessoas com deficiência?

Segundo o IBGE, existem 18,6 milhões de brasileiros com 2 anos ou mais que possuem algum tipo de deficiência. Desse total, apenas 545.940 pessoas com deficiência estão inseridas no mercado de trabalho. Esse dado evidencia o descompasso na inclusão dessas pessoas, que, mesmo com a legislação exigindo sua contratação, ainda enfrentam obstáculos para que essa norma seja plenamente cumprida.

O desafio começa já na fase educacional, considerando que a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência é quase cinco vezes maior, o que impacta diretamente suas oportunidades profissionais no futuro. Além disso, segundo levantamento do eSocial, a média salarial também é inferior: R$1.411,77 para mulheres e R$1.637,50 para homens com deficiência.

Como é a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho? 

No Brasil, segundo a  Lei nº 8.213, também conhecida como Lei de Cotas, determina que empresas com mais de 100 colaboradores devem, obrigatoriamente, contratar pessoas com deficiência. A proporção de contratações de pessoa com deficiência deve seguir as seguintes diretrizes: 

  • 2% para empresas com 100 a 200 funcionários;
  • 3% para empresas com 201 a 500 funcionários; 
  • 4% para empresas com 501 a 1000 funcionários; 
  • 5% para empresas com 1001 ou mais funcionários.

Mas vale destacar que após a contratação, é necessário que a empresa disponibilize todo o suporte necessário e adequado para que a pessoa com deficiência exerça suas funções com total autonomia e segurança. Por isso, mais do que a contratação, é preciso que a empresa adapte todo o ambiente empresarial tornando-o realmente inclusivo. 

Quais os desafios da inclusão de deficientes no mercado de trabalho? 

Para tornar sua empresa acessível é necessário analisar quais os desafios que a pessoa com deficiência passa ao longo da sua trajetória profissional. A partir desse entendimento, é possível desenvolver estratégias eficazes para quebrar as barreiras que limitam a pessoa com deficiência e promover uma inclusão real no ambiente de trabalho. Pensando nisso reunimos aqui os principais desafios: 

  •  Barreiras na educação e qualificação profissional: a falta de acesso à educação inclusiva e a alta taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência dificultam o desenvolvimento de competências exigidas pelo mercado;
  • Falta de acessibilidade nas empresas:muitos ambientes de trabalho ainda não são adaptados fisicamente, tecnologicamente ou comunicacionalmente, o que impede a plena participação desses profissionais;
  • Preconceito e barreiras atitudinais: a discriminação e a falta de informação sobre as capacidades das pessoas com deficiência impactam diretamente nas oportunidades de contratação e crescimento;
  • Cumprimento superficial da Lei de Cotas: em muitos casos, as empresas contratam apenas para cumprir a cota legal, sem oferecer suporte, inclusão real ou plano de desenvolvimento profissional;
  • Diferenças salariais e falta de oportunidades de crescimento:mesmo quando inseridas, pessoas com deficiência costumam receber salários mais baixos e têm menos acesso a cargos de liderança ou oportunidades de promoção.

Qual a importância de incluir PCDs nas empresas? 

No Brasil, o não cumprimento da Lei de Cotas pode resultar em multa que pode chegar a passar de R$300 mil, conforme a quantidade de vagas não preenchidas e do porte da empresa. Por esse motivo, é fundamental que empresas consultem a legislação e busquem orientação adequada para garantir o cumprimento da lei. 

Além disso, empresas que seguem a legislação e implementam práticas ESG no ambiente corporativo demonstram responsabilidade social e ética, tornando sua marca referência em inclusão e diversidade e sendo capaz de conquistar prêmios como ABT, Smart Customer, Stevie Awards, Abedmd, Think Work e outros. 

É valido ressaltar que a inserção de pessoas com deficiência realiza a promoção de um ambiente de diversidade e inclusão, trazendo um enriquecimento ao ambiente empresarial com novas abordagens, ideias e culturas. Mais do que apenas números, estamos lidando com vidas. 

Quais os direitos da pessoa com deficiência no mercado de trabalho? 

Além da obrigatoriedade referente a cotas de contratação, as pessoas com deficiência possuem direitos que os amparam ao longo da sua carreira profissional. Reunimos aqui as principais: 

Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91): empresas com 100 ou mais funcionários são obrigadas a reservar um percentual de seus cargos para pessoas com deficiência, variando conforme o número total de empregados; 

Acessibilidade: as empresas devem garantir um ambiente de trabalho acessível, com adaptações físicas e tecnológicas que permitam o desempenho da função pela pessoa com deficiência, como rampas, banheiros adaptados e softwares específicos; 

Igualdade de Oportunidades:a pessoa com deficiência tem direito a participar de todos os processos seletivos, treinamentos, planos de carreira e promoções em igualdade de condições com os demais empregados; 

Igualdade Salarial:é garantido o mesmo salário para funções que tenham a mesma complexidade e responsabilidades exercidas por pessoas sem deficiência; 

Estabilidade:em geral, a pessoa com deficiência tem estabilidade no emprego, semelhante à estabilidade concedida à gestante, desde que não haja justa causa para demissão; 

Jornada de Trabalho:em alguns casos, pode ser necessária a redução da jornada de trabalho ou a flexibilização de horários para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência; 

Não Discriminação:é proibida qualquer forma de discriminação na contratação, admissão, permanência e promoção no emprego devido à condição de deficiência; 

Adaptações no Ambiente de Trabalho:a empresa deve realizar as adaptações necessárias para garantir que a pessoa com deficiência possa desempenhar suas funções de forma adequada e segura.

Como melhorar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Adapte a seleção

Isso faz com que o processo de inclusão deva começar já na hora da seleção de candidatos. Afinal, para interagir com uma pessoa surda, por exemplo, será preciso se comunicar por meio de LIBRAS.

Se o candidato for cadeirante, se a estrutura dificultar o acesso, toda a experiência já será frustrante. Por isso, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vai além de cumprir a cota determinada na lei. É preciso aperfeiçoar o processo seletivo. 

Para isso, é indicado considerar: 

  • Adequação do local e do formato da entrevista: o processo seletivo deve ser igual para todos, mas o processo deve levar em conta a deficiência. Se a pessoa for deficiente visual, é preciso oferecer um documento em braille para ela ler por exemplo; 
  • Competência para a função: a avaliação da competência para a função deve ser feita da mesma forma que para os demais sem deficiência. Assim, o foco deve ser na aptidão do candidato às atividades;
  • Capacidade de exercício da atividade: é preciso considerar o tipo de deficiência do candidato para indicá-lo ao cargo em que ele possa desempenhar a sua função como qualquer outro integrante da equipe;
  • Cuidado ao exigir experiência anterior: embora a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho seja amplamente discutida, elas ainda têm dificuldade em encontrar uma oportunidade. Por isso, é provável que o profissional não tenha experiência anterior e isso deve ser levado em consideração.  

Tenha atenção à acessibilidade

Além de um processo seletivo adaptado, é preciso se preocupar com a estrutura da empresa para promover a inclusão de pessoas com deficiência na rotina de trabalho. 

Isso pode ser feito por meio de um mapeamento de acessibilidade. Com ele, será possível identificar locais já adaptados, bem como as melhorias que devem ser feitas para promover a inclusão de pessoas com deficiência. 

Na sequência, a empresa deverá se adequar à Norma Técnica Brasileira número 9050 (NBR-9050). Para isso, é preciso identificar se há problemas, como:

  • estruturais: barreiras físicas, ausência de rampas de acesso ou de elevador, adaptação de banheiro, entre outros;
  • dificuldade de comunicação: falta de informativos em braile ou pelo desconhecimento de LIBRAS por parte da equipe de recursos humanos ou gestores;
  • instrumentos de trabalho que não permitam ou dificultem o uso por pessoas com deficiência.

Capacitar sua equipe 

A inclusão de pessoas com deficiência também envolve o time de trabalho. Além de ajustar o processo de seleção e a parte física, é necessário fazer com que a equipe esteja pronta para incluir.

Todos devem estar preparados para tratar o colega com respeito e sem preconceito. Esse ponto começa no setor de recursos humanos, responsável pela seleção e pelo acolhimento. 

Mas perpassa pela cultura da organização, da implicação de líderes e gestores, cujo papel de exemplo pode promover a pluralidade. Assim como no investimento em palestras de conscientização e cursos de adaptação.

Ergonomia para possibilitar a inclusão 

É preciso se preocupar com a segurança e conforto do deficiente dentro da empresa. Além de motivar o colaborador, isso faz com que ele possa ter mais autonomia. 

Sem contar que irá garantir segurança na hora de usar um equipamento ou de transitar pelo local de trabalho. Para isso, é preciso investir em itens como, por exemplo: 

  • sinalização tátil;
  • sinalização sonora;
  • sinalização visual;
  • adequação de banheiros, com portas que permitam a passagem de cadeira, barras para que a pessoa se apoie, entre outros;
  • rotas acessíveis.

Esses cuidados são essenciais para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Afinal, o ambiente inclusivo também deve considerar as disposições físicas e de segurança para esses profissionais. 

Capacite supervisores e chefes de equipe

O RH deve estar preparado e os demais colaboradores devidamente instruídos. Atitudes preconceituosas também devem ser punidas, mas para que tudo isso caminhe bem, as pessoas que ocupam cargos de chefia precisam estar prontas para isso.

Por isso, essas pessoas precisam ser treinadas e capacitadas. É necessário que elas conheçam a realidade das limitações existentes para esses profissionais facilitando o relacionamento. 

Entretanto, ao mesmo tempo que a inclusão de pessoas com deficiência exige a adaptação do ambiente, é preciso manter uma relação profissional. O contratado deve ser bem recebido, como qualquer outro colaborador. Lembre-se de que um tratamento diferenciado pode resultar em constrangimento. 

Para que isso aconteça, a capacitação de chefes de equipes e supervisores se faz necessária. Assim, os líderes estarão prontos para fortalecer as iniciativas de conscientização e melhorar o ambiente laboral. Assim, podemos concluir que a inclusão de pessoas com deficiência depende de:

  • alterações físicas;
  • adaptações ergonômicas;
  • treinamento e informação da equipe.

Como a tecnologia pode ajudar na inclusão de pessoas com deficiência? 

A tecnologia realiza um papel extremamente importante para inclusão de pessoas com deficiência, viabilizando o acesso à educação, trabalho, comunicação e interação social por meio de tecnologias assistivas

As tecnologias assistivas se tratam de metodologias e práticas inclusivas que auxiliam a pessoa com deficiência na sua rotina diária. Viabilizando a autonomia da pessoa com deficiência, a tecnologia disponibiliza suporte em diversas vertentes, mobilidade, educação, trabalho e comunicação. 

Um exemplo de tecnologia assistiva seria o ICOM, uma plataforma de intérprete de Libras online, que conecta surdos e ouvintes por meio de intérpretes altamente qualificados que realizam a tradução simultânea do português para Libras e vice-versa. 

Além disso, a tecnologia se encontra presente em diversas adaptações como em piso tátil, sinalização de portas em braile, computadores adaptadores, softwares de leituras, entre várias outras adaptações personalizadas para cada tipo de deficiência. 

Conclusão

A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vai muito além do cumprimento da legislação. É necessário reconhecer os obstáculos que ainda persistem, desde o acesso à educação até as barreiras físicas, culturais e atitudinais dentro das empresas. 

Criar ambientes acessíveis, oferecer suporte contínuo e promover uma cultura organizacional inclusiva são passos fundamentais para garantir que essas pessoas não apenas ocupem vagas, mas tenham oportunidades reais de desenvolvimento e reconhecimento profissional. 

Mais do que uma obrigação legal, a inclusão é um compromisso com a equidade e a valorização da diversidade.

Juntos podemos transformar a sua empresa e abrir portas para a diversidade, tornando o seu ambiente empresarial verdadeiramente inclusivo. Está pronto para embarcar nessa jornada? Nós estamos prontos para te auxiliar! 

O ICOM é uma socialtech que oferece uma plataforma líder e pioneira de intérpretes de Libras Online, acessibilizando a comunicação e o atendimento de empresas e governos com seus consumidores, colaboradores e cidadãos surdos. 

Premiada pela ONU como solução de Inovação Pública, teve suas raízes na AME – organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que desenvolve Tecnologia Assistiva para facilitar a independência das pessoas com deficiência há mais de 30 anos.

Para mais informações, visite nosso site: www.icom.app 

Escrito por: 

Camila Santos – Analista de Conteúdos

outros posts

Solicite uma demonstração agora

Cadastre-se para receber a versão demo do app do ICOM

Nossa localização

Rua Serra de Botucatu, 1197  Tatuapé – 03317-001
São Paulo/SP

Contato

(11) 2360-8900

Fale com a gente

contato-icom@ame-sp.org.br

Baixe o app