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Quando se fala em desenvolvimento de colaboradores surdos, o gestor tem o desafio de encontrar parâmetros equitativos para que possa realizar uma avaliação justa. Afinal, não avaliar corretamente poderá causar distorções que impactam negativamente não só o colaborador surdo, como também toda a equipe.

Para que o processo de desenvolvimento seja efetivo, é essencial compreender que a surdez não limita as competências técnicas ou comportamentais do indivíduo, mas exige adaptações na comunicação e nos métodos de acompanhamento de desempenho.

Além disso, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) determina que as empresas promovam condições de igualdade, acessibilidade e oportunidades para todos os trabalhadores, incluindo o acesso à formação e à progressão profissional. O que revela a relevância de acompanhar indicadores visando promover condições de desenvolvimento de colaboradores surdos.

Desenvolver colaboradores surdos, portanto, é mais do que uma ação de inclusão, é uma estratégia de fortalecimento da cultura organizacional, de promoção da diversidade e de ampliação do desempenho coletivo. Entenda a seguir algumas orientações de como fazê-lo.

Como avaliar o desempenho de colaboradores surdos de forma justa?

Avaliar o desempenho de colaboradores surdos de forma justa requer preparo técnico, empatia e a implementação de práticas inclusivas que garantam equidade no processo avaliativo. O primeiro passo é reconhecer que a comunicação é a base de toda avaliação eficaz.

Diante disso, quando o gestor e o colaborador não compartilham o mesmo código linguístico, como é o caso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), há o risco de interpretações equivocadas que podem comprometer a percepção real do desempenho.

O que não significa dizer que um gestor que não é fluente em Libras não conseguirá transmitir feedbacks precisos para um colaborador surdo. Mas é importante que a empresa disponibilize intérpretes de Libras ou use recursos como a plataforma ICOM para promover a verdadeira inclusão e acessibilidade para sua equipe.

De modo que, a interação com colaboradores surdos seja eficiente, garantindo que as metas sejam compreendidas de forma plena, assim como os pedidos de ajuste de conduta.

Outro aspecto relevante é que as ferramentas de avaliação de performance precisam ser adaptadas, sem alterar os critérios de desempenho, ajustando apenas a forma de aplicação.

Se uma empresa tem um colaborador surdo e demanda que ele faça 50 cadastros por dia e disponibiliza as ferramentas necessárias para tal, não há justificativa para que a performance seja de 40 cadastros ao dia enquanto os demais colegas conseguem cumprir a meta, por exemplo.

Nesses casos, além de ter gestores e líderes capacitados em diversidade e acessibilidade, a empresa precisa promover a inclusão de pessoas com deficiência de forma estratégica, visando que todos entendam que estão sujeitos a avaliações objetivas e livres de vieses inconscientes.

Usando indicadores de desempenho claros, alinhados aos objetivos da função e aos resultados esperados a avaliação será justa, contribuindo para que toda a equipe alcance a eficiência desejada.

Como posso incluir pessoas surdas na minha empresa?

Para que a inclusão seja verdadeira, é importante recorrer a um planejamento, construindo um plano de acessibilidade, recrutamento inclusivo, uso de tecnologias de acessibilidade e outros recursos, entenda mais detalhes a seguir:

Construa um plano de acessibilidade

É importante implementar um plano de acessibilidade para que a Lei de Cotas possa ser aplicada de forma eficaz em sua empresa. Considere as necessidades específicas de colaboradores surdos, visando abranger desde a comunicação interna até os processos de treinamento, avaliação e desenvolvimento profissional.

O mesmo é válido para colaboradores com outras deficiências, como a visual. Afinal, toda empresa deve garantir acessibilidade plena às pessoas com deficiência, incluindo adaptações arquitetônicas, comunicacionais e tecnológicas.

Garanta recrutamento inclusivo

O processo de recrutamento deve ser projetado para atrair e acolher candidatos surdos e com outras deficiências, visando construir uma equipe verdadeiramente diversa.

Isso inclui divulgar vagas em canais acessíveis, aceitar inscrições em vídeo em Libras, oferecer entrevistas com intérpretes e assegurar que os critérios de seleção foquem nas habilidades técnicas e comportamentais, e não nas limitações de cada colaborador.

Disponibilize intérpretes de Libras

Quando se tem o objetivo de promover inclusão de pessoas surdas na equipe, a presença do intérprete de Libras é fundamental, seja em treinamentos, reuniões e avaliações de desempenho.

Contando com um intérprete a empresa garante a participação ativa dos colaboradores surdos no cotidiano laboral e fortalece a comunicação entre todos os membros da equipe. O investimento em intérpretes demonstra respeito à diversidade e contribui para a integração organizacional.

Adote tecnologias de acessibilidade

As tecnologias de acessibilidade são grandes aliadas da inclusão. Ferramentas como aplicativos de tradução automática em Libras, legendas em tempo real e softwares de videoconferência com suporte a transcrição tornam o ambiente laboral mais inclusivo e eficiente.

Investir em tecnologia que torna a empresa mais acessível beneficia não só os colaboradores surdos, como também impacta na relação da marca com clientes surdos. Viabilizando o atendimento de uma parcela significativa da população que por muitas vezes é invisibilizada.

Acesso a comunicação escrita clara

Uma comunicação clara, objetiva e livre de textos com ambiguidades é essencial para a acessibilidade. Evite textos complexos, utilize materiais visuais como vídeos com legendas e instruções simples.

Dessa forma, é possível melhorar o entendimento do conteúdo, o que contribui para que os profissionais tenham maior engajamento, desde os surdos aos ouvintes, graças ao entendimento da comunicação.

Adote tecnologias assistivas

Implementar tecnologias assistivas que ampliem a autonomia das pessoas surdas no ambiente de trabalho contribui para que possam ser profissionais proativos.

Isso pode incluir o uso de plataformas internas de mensagens instantâneas, personalizar as informações que são sonoras por meio de sinais visuais ou táteis e usar alarmes visuais ao invés de usar apenas os auditivos.

Prepare o ambiente físico e digital

A inclusão também passa pela adequação do espaço. O ambiente físico deve ser planejado para permitir visibilidade e interação, com iluminação adequada, posicionamento circular em reuniões e sinalizações visuais claras.

Já o ambiente digital precisa oferecer recursos acessíveis em sistemas internos, garantindo que portais e plataformas corporativas estejam de acordo com as normas de acessibilidade digital como o que é recomendado no Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – eMAG.

Capacite a equipe

É indispensável promover a capacitação contínua da equipe, para que os treinamentos promovam até mesmo a eliminação de vieses inconscientes que geram barreiras no convívio dos colaboradores.

Treinamentos sobre cultura surda, Libras e comunicação inclusiva ajudam a quebrar barreiras e fortalecer o respeito mútuo. Além disso, gestores devem ser preparados para conduzir avaliações, feedbacks e planos de desenvolvimento de forma justa e adaptada.

Quais são as principais barreiras enfrentadas pelas pessoas surdas no mercado de trabalho?

Reconhecer que existem barreiras que precisam ser enfrentadas é fundamental para que a sua empresa seja mais inclusiva. Eliminando preconceito, capacitismo, barreiras de comunicação e vieses inconscientes é possível ter uma equipe diversa e eficaz, entenda mais sobre as barreiras que costumam ser invisíveis:

Barreiras de comunicação

A mais nítida barreira enfrentada por um colaborador deficiente auditivo em qualquer empresa é a de comunicação, afinal, poucos brasileiros dominam Libras. O que faz com que seja relevante investir em capacitação e tecnologia para que seja possível eliminar tais barreiras.

Falta de acessibilidade digital e tecnológica

Não ter um sistema inclusivo, não utilizar plataformas como o ICOM, que auxilia na integração, e desconhecer recursos tecnológicos para promover acessibilidade tecnológica interpõe uma barreira invisível entre a equipe. Por isso, é importante que a empresa invista em acessibilidade digital e tecnológica para promover a quebra da barreira.

Preconceito e capacitismo

O preconceito e o capacitismo são barreiras que podem ser vencidas com o treinamento contínuo dos colaboradores, visando eliminar os vieses inconscientes que acabam desencadeando barreiras na convivência diária.

Falta de qualificação e educação acessível

É extremamente necessário que a empresa tenha o cuidado de investir em capacitação contínua, para que os colaboradores surdos também possam ter uma evolução de cargo dentro da organização tal qual é oferecido para os colaboradores ouvintes. Visando evitar que a falta de qualificação e educação acessível estagne a carreira do colaborador surdo.

Pouca oportunidade de ascensão profissional

A dificuldade de ascensão profissional é uma barreira que impacta a rotina de profissionais surdos, desencadeando perda de engajamento pela carreira. O que faz com que seja relevante que a empresa tenha um plano de carreira, visando manter o engajamento dos profissionais e reter talentos.

Processos de recrutamento incompatíveis

Quando o profissional surdo não encontra acessibilidade no processo de recrutamento, é natural que se tenha a impossibilidade de ser inserido em contextos profissionais nos quais poderia agregar. Toda empresa que almeja ser verdadeiramente inclusiva precisa se atentar para que promova um recrutamento adequado.

Falta de autonomia no trabalho

É importante que a empresa dê condições de trabalho, visando que o colaborador tenha autonomia para que possa desempenhar suas funções com eficiência e qualidade, sem depender integralmente de colegas de trabalho.

Barreiras organizacionais e culturais

Muitas vezes essas barreiras são inconscientes e promovidas até mesmo por desconhecimento da importância de ter uma equipe diversa. O treinamento é parte fundamental para que seja possível eliminar tais barreiras.

Como começar a implementar um programa de desenvolvimento de colaboradores surdos?

É importante desenvolver um programa de desenvolvimento de colaboradores surdos, visando promover a verdadeira inclusão na organização. Confira algumas dicas práticas de como fazê-lo:

Dica 1 – Faça um diagnóstico organizacional

Antes de iniciar qualquer ação, realize um mapeamento interno para entender quantos colaboradores surdos existem na empresa, quais são suas funções, necessidades e principais barreiras enfrentadas. Esse diagnóstico orienta quais são as próximas etapas adotadas e evita que implemente soluções genéricas.

Dica 2 – Envolva a alta liderança

O comprometimento da direção e das lideranças é essencial para garantir que as ações inclusivas saiam do papel. Apresente dados e benefícios da inclusão, tanto sociais quanto econômicos, para obter apoio institucional e orçamento adequado ao programa de inclusão na organização.

Dica 3 – Crie uma política formal de inclusão

Adote como parte oficial da política de diversidade e responsabilidade social da empresa a inclusão de pessoas surdas como colaboradores em cargos estratégicos. Isso deve constar em documentos internos, regulamentos e estratégias de recursos humanos, reforçando a seriedade do compromisso.

Dica 4 – Ofereça capacitação em Libras e aborde a cultura surda

Promova treinamentos regulares de Libras para equipes e gestores e palestras sobre a cultura e identidade surda. A formação contribui para que a equipe desenvolva empatia, saiba como lidar com os colegas e melhora o clima organizacional.

Dica 5 – Desenvolva um plano de carreira

Crie planos de desenvolvimento personalizados, com metas claras e acompanhamento contínuo. Adapte materiais de treinamento com legendas, recursos visuais e intérpretes de Libras, garantindo que o colaborador surdo tenha acesso igualitário à aprendizagem e crescimento na carreira dentro da organização.

Dica 6 – Estabeleça critérios de avaliação justos

Implemente métodos de avaliação de desempenho que considerem a acessibilidade comunicacional. Use ferramentas visuais, feedbacks por escrito e reuniões mediadas por intérpretes quando necessário, assegurando que o desempenho seja medido com base nas entregas, sem que as barreiras de comunicação atrapalhem o processo.

Dica 7 – Promova mentorias e pares de apoio

Incentive programas de mentoria inclusiva, conectando colaboradores surdos a profissionais experientes que possam oferecer suporte técnico e comportamental. O modelo de pares de apoio auxilia na integração e engajamento.

Conclusão

O desenvolvimento de colaboradores surdos requer mais que o empenho da equipe de gestão. É preciso ter apoio tecnológico, desenvolver estratégias claras de acompanhamento e usar a melhor ferramenta para que seja possível, visando garantir que os colaboradores possam se desenvolver e manter o engajamento elevado.

Conte com a plataforma ICOM para promover a real inclusão de colaboradores surdos em sua organização, visando construir uma equipe diversa, eficiente e na qual todos possam se desenvolver.

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Especialista em Acessibilidade, ICOM

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