Como falar com uma pessoa surda sem saber libras no dia a dia?

24/09/2025 | Todos os Públicos

Uma jovem de cabelos ruivos longos e cacheados sorri com os olhos fechados e os braços cruzados sobre o peito, em pé, contra um fundo bege. Seus cabelos estão espalhados, transmitindo uma sensação de movimento.

Em algum momento da vida, você já deve ter se deparado com a dúvida: como falar com uma pessoa surda sem saber Libras? Esse é um questionamento comum, já que grande parte da população não domina a língua de sinais. A situação pode surgir em ambientes de trabalho, em atendimentos ao público ou até em encontros casuais no dia a dia.

O receio de não ser compreendido ou de acabar sendo inconveniente muitas vezes paralisa. Mas a boa notícia é que a comunicação vai muito além das palavras faladas. Existem formas simples de criar um diálogo respeitoso e claro, mesmo quando não se tem conhecimento em Libras.

Neste artigo, vamos conversar sobre maneiras práticas de iniciar um contato, dicas de postura, erros que devem ser evitados e também as diferenças entre pessoas surdas oralizadas e sinalizadas. O objetivo é mostrar que a inclusão está ao alcance de qualquer pessoa, desde que haja disposição para se adaptar.

Como posso me comunicar com um surdo sem saber Libras?

Muita gente pensa que, sem Libras, não há como trocar uma palavra sequer. Mas isso não é verdade. A comunicação pode acontecer de várias formas e, com pequenas atitudes, você já consegue criar uma ponte com a pessoa surda.

Uma das opções mais diretas é a escrita. Um bilhete rápido ou uma mensagem no celular já resolvem boa parte das situações. A linguagem corporal também é uma ferramenta poderosa: gestos simples, movimentos com as mãos e até expressões faciais transmitem ideias com clareza. Além disso, manter contato visual é indispensável. Olhar nos olhos mostra atenção e permite que a pessoa perceba sua intenção de dialogar.

A tecnologia também pode ser usada como apoio. Aplicativos de mensagem instantânea, tradutores e até programas de transcrição em tempo real facilitam a troca de informações. Uma solução prática é utilizar plataformas como o ICOM, que conecta em poucos segundos pessoas surdas e ouvintes com intérpretes de Libras por vídeo, permitindo uma comunicação natural mesmo quando você não domina a língua de sinais.

Mais do que o recurso utilizado, o que faz diferença é a disponibilidade em se adaptar ao estilo de comunicação que a pessoa surda prefere.

Dicas práticas para se comunicar

Entender as possibilidades é importante, mas nada substitui dicas objetivas que ajudam na prática. O ponto principal é lembrar que errar faz parte, e o que realmente conta é o esforço em criar entendimento mútuo.

Dica 1 – Tenha calma e não tenha medo de errar

O maior bloqueio de quem tenta conversar com uma pessoa surda é o medo de não ser compreendido. Mas a verdade é que tentar já é um passo enorme. Respire, fale de maneira clara, use gestos simples e mostre que está disposto.

Dica 2 – Use o celular a seu favor

Se a conversa começar a ficar confusa, escreva. O celular está sempre à mão, então abra o bloco de notas ou o WhatsApp e registre sua frase. Isso evita ruídos e dá tempo para pensar melhor no que quer falar.

Dica 3 – Seja objetivo

Falar ou escrever frases muito longas pode atrapalhar. Prefira mensagens curtas e diretas. Por exemplo, em vez de escrever “Eu gostaria de saber se você pode me ajudar a encontrar um produto que estou procurando faz tempo”, escreva “Você pode me ajudar a achar um produto?”.

Dica 4 – Preste atenção no retorno da pessoa

Cada pessoa surda tem sua forma de responder: pode ser oralizada, sinalizada, escrita ou mista. Observe e adapte a sua comunicação ao estilo dela.

Como iniciar uma conversa com um surdo?

O primeiro contato pode gerar certa insegurança, mas não precisa ser complicado. A forma de iniciar a conversa define o tom da interação. Um toque leve no braço, um aceno ou um gesto simples já chamam a atenção de maneira respeitosa.

Depois de estabelecer esse contato inicial, mantenha o olhar direto e mostre com sua postura que está aberto ao diálogo. Um sorriso natural ajuda a transmitir simpatia. Em seguida, você pode perguntar se prefere conversar por escrito ou se consegue acompanhar pela fala. Essa iniciativa demonstra respeito pela autonomia da pessoa e evita suposições.

Se você estiver em um ambiente de atendimento ao cliente, pode ser interessante oferecer o apoio de uma plataforma como o ICOM, mostrando que se preocupa em oferecer recursos que facilitem o diálogo.

Qual é a diferença entre um surdo oralizado e sinalizado?

Nem todas as pessoas surdas se comunicam da mesma forma. Entender essa diferença evita frustrações e facilita a interação.

O surdo oralizado usa principalmente a fala e a leitura labial. Muitas vezes, ele conta com aparelhos auditivos ou implantes para apoiar a compreensão. Nesse caso, é fundamental articular bem as palavras e não cobrir a boca ao falar.

o surdo sinalizado tem a Libras como língua principal. Para ele, os gestos e expressões faciais são o eixo central da comunicação. A leitura labial pode não ser suficiente, então recursos visuais, escrita ou apoio de intérprete são os meios mais eficazes.

Plataformas como o ICOM são especialmente úteis nesse contexto, pois oferecem a presença imediata de um intérprete para traduzir em Libras, garantindo que a pessoa sinalizada participe ativamente da conversa.

Qual é a melhor forma de me posicionar e gesticular para facilitar a comunicação?

A comunicação não depende apenas do que é dito ou escrito. O corpo e o ambiente também influenciam bastante na clareza da mensagem.

A forma como você se coloca no espaço é determinante. Não adianta ter boa intenção se a pessoa não consegue ver seu rosto ou entender seus gestos.

Fique sempre de frente para a pessoa

Olhar de frente garante que a leitura labial, quando possível, seja facilitada. Além disso, mostra respeito e atenção total.

Busque um local bem iluminado e silencioso

A iluminação ajuda a enxergar os movimentos do rosto e dos lábios. O silêncio não é só para você ouvir, mas também para eliminar distrações que podem atrapalhar a concentração da pessoa surda.

Utilize expressões faciais e gestos suaves

As expressões do rosto ajudam a transmitir emoção e intenção. Gestos suaves complementam a fala e evitam mal entendidos. Só cuidado para não exagerar, pois pode parecer forçado.

Mesmo seguindo essas recomendações, pode haver situações em que a comunicação direta ainda fique limitada. Nesses casos, o uso do ICOM garante mais fluidez, pois um intérprete pode intermediar a conversa em tempo real.

O que devo evitar ao falar com uma pessoa surda?

Saber o que não fazer é tão importante quanto conhecer as boas práticas. Muitos erros acontecem por falta de informação, e pequenos ajustes já tornam a interação mais respeitosa, como por exemplo: 

Evite gestos bruscos

Movimentos exagerados podem assustar ou confundir. Prefira gestos simples e naturais.

Não grite ou fale rápido demais

Gritar não ajuda, já que muitas vezes a perda auditiva não é resolvida com volume. Além disso, falar rápido atrapalha quem tenta acompanhar pela leitura labial.

Não exclua a pessoa da conversa

Se você está em grupo, inclua a pessoa surda. Faça pausas, explique o que está sendo falado e permita que ela também participe.

Não subestime a pessoa

Jamais trate alguém surdo como incapaz. A surdez não define inteligência nem competência. O respeito é a base de qualquer interação.

Conclusão

Falar com uma pessoa surda sem saber Libras pode parecer um desafio, mas com pequenas adaptações é possível criar diálogos claros e respeitosos. Escrever, usar gestos simples, manter contato visual e prestar atenção ao ambiente já fazem uma grande diferença.

Em situações mais complexas, ferramentas como o ICOM tornam a inclusão ainda mais acessível. Com a mediação de intérpretes de Libras em tempo real, qualquer conversa pode acontecer de forma natural, segura e sem barreiras.

O mais importante é lembrar que cada tentativa de comunicação é um gesto de inclusão. Ao abrir espaço para essa troca, você ajuda a construir uma sociedade mais acessível e humana.

Da próxima vez que encontrar uma pessoa surda, coloque essas orientações em prática. A experiência vai mostrar que a comunicação não depende apenas de uma língua compartilhada, mas da vontade real de se conectar.

Escrito por:

Camila Santos – Analista de Conteúdo.

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