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Saber como criar campanhas inclusivas para a comunidade surda exige mais do que adaptar as mensagens, envolve compreender profundamente as necessidades, a cultura e os direitos das pessoas que compõem a comunidade surda.

A acessibilidade comunicacional é garantida por leis, como a Lei nº 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão, e o Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta seu uso em diferentes espaços sociais.

Essas diretrizes reforçam que marcas e campanhas devem seguir padrões claros de acessibilidade para garantir que pessoas surdas tenham acesso às informações em igualdade de condições.

Neste contexto, entender como criar campanhas inclusivas para a comunidade surda torna-se um diferencial estratégico. Uma vez que amplia o alcance das mensagens e também promove equidade, fortalece a reputação institucional e consolida o compromisso com práticas de comunicação ética e inclusiva. Aproveite orientações sobre como criar campanhas eficazes para a comunidade surda.

Quem faz parte da comunidade surda?

A comunidade surda é composta por um conjunto diverso de pessoas que compartilham experiências, identidades e práticas culturais relacionadas à surdez. Portanto, é uma comunidade que não se limita àqueles que sofrem alguma perda auditiva.

Na prática, a comunidade surda é composta por pessoas que têm alguma perda auditiva significativa e que, em regra, utilizam Libras (Língua Brasileira de Sinais) como principal meio de comunicação.

Além disso, também é parte da comunidade surda as pessoas que usam aparelhos auditivos, implantes cocleares e que fazem leitura labial ou recorrem a um conjunto dessas estratégias para se comunicar.

Os intérpretes de Libras são profissionais fundamentais para garantir a acessibilidade e são parte essencial da comunidade. As famílias de pessoas surdas também fazem parte desse círculo social, mesmo quando são pessoas ouvintes, como é o caso das crianças CODA.

Os filhos de pessoas surdas que ouvem, em muitos casos, vivenciam desde cedo a necessidade de inserir seus pais em ambientes sociais, visando resolver problemas que demandam um ouvinte que seja capaz de traduzir e contribuir para a resolução da questão, como uma ida ao banco ou outro tipo de atendimento.

Portanto, a comunidade surda não é homogênea em relação às experiências, limitações de acesso e forma de se comunicar. Uma vez que, é composta por diferentes perfis, incluindo pessoas ouvintes que participam ativamente do cotidiano de surdos, como os professores e organizações que visam garantir os direitos de pessoas surdas.

Deseja tornar sua empresa mais inclusiva? Aproveite a plataforma ICOM para impulsionar sua empresa, garantindo a interação entre colaboradores surdos.

Como podemos tornar a sociedade mais inclusiva para pessoas surdas?

Tornar a sociedade mais inclusiva para pessoas surdas exige ações estruturais, culturais e comunicacionais. A inclusão não acontece apenas com tecnologia ou com Leis, afinal, é preciso ter atitude em relação à acessibilidade e reconhecimento da Libras como língua. Entenda os principais caminhos que podem ser adotados:

1.      Garantir acessibilidade comunicacional em todos os ambientes

O acesso à informação é um direito básico, seja em escolas, hospitais, serviços públicos ou privados. Contudo, na prática, não é isso que ocorre, criando barreiras invisíveis para os ouvintes e que exclui os surdos do acesso informacional pleno.

O papel do intérprete de Libras é essencial, visando que sua contratação torne os ambientes verdadeiramente inclusivos. Além disso, o uso de legendas em vídeos e transmissões, a janela de Libras e a comunicação escrita com linguajar claro são outros recursos disponíveis para garantir a acessibilidade em todos os ambientes.

2.      Reconhecer e valorizar a cultura e identidade surda

A comunidade surda não é apenas um grupo com perda auditiva, na prática é uma comunidade linguística que possui cultura própria. Portanto, é fundamental fomentar espaços onde é possível expressar essa cultura.

Uma vez que, a representatividade surda na mídia, na publicidade e em outros ambientes contribui para a verdadeira inclusão. É interessante, por exemplo, contar com consultores e profissionais surdos para o desenvolvimento da campanha, visando garantir insights preciosos de quem vive a cultura surda.

3.      Ampliar o ensino e a difusão da Libras

Não há inclusão verdadeira quando apenas um pequeno grupo de pessoas domina Libras. Por isso mesmo, é indispensável que a maior parte da população ao menos saiba o básico em Libras para se comunicar.

O que requer o incentivo de cursos básicos em escolas e empresas, incluindo Libras como formação para uma comunicação eficiente com colegas e clientes surdos.

4.      Melhorar o acesso à educação bilíngue

Muito embora a educação bilíngue exista em algumas instituições, ainda não é acessível para uma parte significativa da população surda. O que requer um esforço social para que o modelo bilíngue seja adotado em todas as escolas brasileiras.

Afinal, em cada cidade em que há uma pessoa surda, toda a comunidade ao seu redor precisa promover a inclusão, desde a escola até as outras instituições públicas e privadas.

5.      Capacitar os profissionais para promover atendimento acessível

Muitos profissionais que lidam diariamente com atendimento ao público nas mais diversas áreas não conseguem promover uma interação acessível. Seja na saúde, educação, segurança ou outros setores a falta de um profissional capacitado gera exclusão.

Portanto, é indispensável que os profissionais tenham noções de Libras e protocolos de atendimento inclusivo, com o intuito de garantir que as interações possam ser verdadeiramente acessíveis.

6.      Criar ambientes de trabalho verdadeiramente acessíveis

Apenas contratar um colaborador surdo não promove sua inclusão. É necessário ter a comunicação interna adaptada, reuniões com a presença de intérpretes, sensibilização das equipes e possibilidade de ascensão profissional na organização.

Portanto, além de buscar talentos surdos alinhados com as vagas disponíveis na organização, é indispensável preparar a equipe e o ambiente para que todos possam realmente promover um ambiente de trabalho inclusivo.

7.      Incentivar o uso de tecnologias assistivas

As tecnologias assistivas são fundamentais para promover a verdadeira inclusão na empresa. Uma vez que, promovem a interação eficaz entre pessoas surdas e ouvintes. Aspecto que faz toda a diferença para que o cotidiano possa ser respeitoso e a pessoa surda não se sinta excluída.

Existem diferentes tecnologias disponíveis no mercado, como a plataforma ICOM que oferece intérpretes de Libras atuando ao vivo, bem como, sites que fazem a legendagem automática de vídeos e outros recursos.

8.      Adotar medidas para combater o preconceito e o capacitismo

A educação é, sem dúvidas, a melhor maneira de combater o preconceito. Afinal, muitas pessoas nunca conviveram com colegas surdos e por isso se sentem despreparadas para esse convívio.

Ao orientar, esclarecer dúvidas e trazer clareza sobre o tema, é possível combater o preconceito e capacitismo, revelando aos ouvintes que a pessoa surda tem um conjunto único de habilidades valiosas e que precisam ser respeitadas.

Como identificar as necessidades da comunidade surda ao criar campanhas inclusivas?

Para criar campanhas verdadeiramente inclusivas, é preciso adotar algumas condutas que visam compreender as necessidades da comunidade surda, para que o material produzido esteja alinhado às expectativas, compreenda como fazê-lo:

Pesquisa e análise de público

É impossível produzir uma campanha que gera resultados quando não se conhece o público que será impactado pelo material. Por isso, é importante identificar quais são as necessidades de seu público para que possa perceber qual tipo de conteúdo abordar.

Uma empresa que deseja contratar pessoas que são deficientes auditivas, por exemplo, deve fazer uma campanha de divulgação da vaga inclusiva, deixando claro quais são as medidas adotadas para que o profissional surdo consiga se desenvolver na empresa.

Portanto, é preciso analisar o público, qual o objetivo da campanha e como alcançar o objetivo de forma eficaz, criativa, respeitosa e que traga os resultados pretendidos. E isso depende de pesquisa, visando que conheça verdadeiramente o público surdo e não se baseie apenas em percepções pessoais sobre a comunidade surda.

Avaliação de conteúdo existente

Outro caminho relevante para seguir ao criar campanhas inclusivas para a comunidade surda é a busca por inspiração, seja avaliando o conteúdo já produzido em sua empresa voltado para o público surdo ou as campanhas produzidas pelos concorrentes.

Dessa forma, é possível identificar quais são as linhas de criação de campanhas que estão sendo adotadas, o que contribui para que seja perceptível quais são os pontos fortes e fracos de cada campanha.

Aspecto que contribui para que se possa aprender com os erros cometidos no passado e consiga evoluir na qualidade de material produzido, visando que possa alcançar a excelência desejada e com isso, os resultados obtidos sejam concretos.

Qual o modelo de inclusão mais defendido pelos surdos atualmente?

O modelo de inclusão mais defendido pelos surdos na atualidade é o bilinguismo, no qual as pessoas surdas são educadas na Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda língua.

Dessa forma, a educação se torna inclusiva, contribuindo para que as pessoas surdas possam ser verdadeiramente incluídas na sociedade. Afinal, fora da comunidade surda essas pessoas ainda terão o conhecimento de português escrito, viabilizando que consigam se comunicar em contextos em que não há preparo para usar Libras.

Afinal, ainda é uma realidade no país inteiro que os atendentes não são preparados para se comunicar em Libras com pessoas surdas nas mais variadas instituições. O que faz com que seja importante defender o bilinguismo como uma ferramenta para que as pessoas surdas consigam se inserir socialmente nos mais variados contextos.

Seja conseguindo se comunicar de forma eficaz em sua primeira língua que é a Libras ou garantindo inclusão por meio do português escrito, que abre portas nos mais variados contextos comunicacionais.

Quais são as melhores ferramentas de acessibilidade para surdos?

Existem diferentes ferramentas de acessibilidade para surdos, como é o caso de:

Nenhuma ferramenta substituí a importância da atuação de um intérprete humano. Contudo, a ampliação de opções de tecnologias assistivas contribui para que pessoas surdas sejam cada vez mais incluídas no cotidiano social.

Como a plataforma da ICOM poderia ser ainda mais inclusiva para a comunidade surda?

A plataforma ICOM já é bastante sólida e tem um impacto muito positivo na comunidade surda, mas sempre há espaço para torná-la ainda mais inclusiva. Um dos recursos que pode tornar a plataforma mais inclusiva é ter uma interface mais “surdo centrada”.

Afinal, no momento atual a plataforma oferece serviços para ouvintes que buscam tornar a empresa mais inclusiva. Todavia, a interface pode ser otimizada com vídeos de onboarding em Libras.

Oferecer um modo de autoatendimento para surdos também torna a plataforma mais inclusiva, possibilitando um atendimento eficaz para a comunidade surda.

Quais erros evitar ao criar campanhas inclusivas para a comunidade surda?

Existem muitos erros que podem ser evitados ao criar uma campanha inclusiva para a comunidade surda, entenda:

1.      Achar que legenda é suficiente

Nem todas as pessoas surdas têm domínio pleno de português escrito. Por isso, é importante incluir Libras na campanha, usando o trabalho de um intérprete com uma janela adequada e legendas sincronizadas.

2.      Não posicionar corretamente a janela de Libras

Quando a janela de Libras fica pequena demais, no canto inferior, com pouca visibilidade, a campanha não é verdadeiramente inclusiva. Por isso, se atente para a janela ser grande, visível e com contraste.

3.      Representar o surdo de forma estereotipada

Mostrar a pessoa surda como incapaz é um erro comum. O ideal é que a campanha mostre diversidade, competência, autonomia e dimensão cultural da comunidade surda.

4.      Não envolver pessoas surdas na criação da campanha

Campanhas feitas apenas por ouvintes frequentemente cometem erros de linguagem, tom e representatividade. Incluir consultores surdos, criadores de conteúdo e representantes da comunidade desde o roteiro até a aprovação final é fundamental para evitar cometer esse erro.

Como medir o impacto das campanhas inclusivas para a comunidade surda?

Medir o impacto de campanhas inclusivas exige olhar não apenas para números tradicionais de marketing, mas também para indicadores específicos de acessibilidade, participação e percepção da comunidade surda. Aqui estão os principais métodos e métricas para acompanhamento:

1.      Taxa de acesso com Libras

É interessante analisar quantas pessoas assistiram à versão com intérprete versus o percentual de visualizações do vídeo promocional padrão.

2.      Acompanhe a retenção

Verifique a taxa de visualização de vídeos legendados, para identificar qual é a taxa de retenção quando a legenda no vídeo está disponível.

3.      Tempo de visualização

É importante verificar o tempo de visualização do conteúdo acessível, verificando também se o tempo de visualização do conteúdo que não é acessível, para que possa fazer um comparativo.

Outros indicadores também podem ser medidos como a percepção da marca inclusiva, participação ativa de surdos em ações da marca e ampliação de público surdo atendido na empresa.


Conclusão

Saber como criar campanhas inclusivas para a comunidade surda é indispensável para que sua empresa seja capaz de se comunicar com essa fatia importante da população.

Criando campanhas inclusivas a empresa consegue se comunicar com o público surdo e se colocar como uma marca inclusiva, consciente e relevante para essa fatia da população.

Promova a inclusão em sua empresa não só por meio do marketing, conte com a plataforma ICOM para incluir verdadeiramente seus colaboradores surdos.

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Especialista em Acessibilidade, ICOM

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