Deficientes auditivos ou surdos: qual é a diferença?

14/05/2025 | Comunidade surda

Os termos deficientes auditivos ou surdos são, muitas vezes, usados como sinônimos. Porém, é importante lembrar que eles possuem diferenças que devem ser respeitadas. 

A seguir, você poderá entender o que é ser deficiente auditivo e surdo e quebrar o estigma com essas duas nomenclaturas. Afinal, quem tem uma dessas características quer e deve ser tratado da maneira correta, certo?

Continue a leitura e saiba tudo!

Qual a diferença entre deficientes auditivos e surdos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que a profundidade da perda auditiva é o que define cada um dos termos, sendo perda parcial considerada deficiência e perda total considerada surdez. 

Ou seja, a principal diferença entre “deficientes auditivos” e “surdos” vem da profundidade da perda auditiva e, consequentemente, na forma como se comunicam e se identificam.  

 A pessoa que tem surdez, de fato, é quem não tem audição alguma. Isso pode ser em um ou ambos ouvidos. Nesse caso, os surdos costumam se comunicar pela Língua Brasileira de Sinais, também conhecida como Libras, mas isso não é uma regra

Pessoas com deficiência auditiva, na maioria dos casos, tiveram a perda leve ou moderada, mas ainda possuem parte da audição. Esses casos são exemplos clássicos de pessoas que não fazem uso da Libras, pois ainda conseguem se comunicar de forma oral. 

Quem é surdo é considerado deficiente?

Sim, de acordo com a Lei Nº 14.768, é considerado por deficiente auditivo quem possui uma limitação auditiva de longo prazo, sendo ela unilateral total, bilateral parcial ou total, obstruindo a participação plena da pessoa na sociedade. 

Deficiente auditivo tem direito a algum benefício?

Pessoas com deficiência auditiva possuem diversos benefícios, dentro dele existem a aposentadoria por deficiência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS). 

Ambos os benefícios são disponibilizados para aqueles que possuem perda auditiva bilateral (nos dois ouvidos), parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais. 

Além disso, pessoas com deficiência auditiva também possuem direitos que incluem:

  • Isenções de impostos, como o ITBI e o ICMS;
  • Meia-entrada em eventos culturais, teatros, cinemas etc; 
  • Fila preferencial: em estabelecimentos de atendimento ao público;
  • Cotas em concursos públicos, federais, estaduais e municipais; 
  • Reservas de vagas em empresas com mais de 100 funcionários; 
  • Educação e outros serviços públicos garantindo a acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva. 

Como se referir a uma pessoa surda?

Ao conversar com uma pessoa surda, é muito importante considerar a preferência individual de como ela prefere ser chamada. Mas a forma mais correta e respeitosa de se referir a uma pessoa surda é “pessoa surda” ou “surdo(a)”. 

Vale lembrar que o termo “surdo-mudo” deve ser evitado, pois a surdez não tem relação com a voz. Lembrando também que esse termo é incorreto e considerado pejorativo. 

É correto dizer deficiente auditivo?

Na nossa comunidade, pessoas com comprometimento da audição ou completamente surdas, geralmente, não se incomodam de serem chamados assim. Mesmo aquelas que ainda ouvem pouco, podem ser chamadas de deficientes auditivas.

Por isso, é importante ressaltar que ao longo do relacionamento com essas pessoas, não haja constrangimentos em relação às nomenclaturas e que é preciso estabelecer uma relação naturalmente, em que a pessoa deve ser respeitada. Ou seja: na dúvida, pergunte e entenda como ela prefere ser chamada.

Quando se fala em inclusão, se fala também em respeito às comunidades que são minoria e que precisam e merecem ter espaço na sociedade. Por isso, também é importante saber quais termos usar para se relacionar de forma saudável com todos.

Por isso, é muito importante saber diferenciar os termos e entender como se referir a pessoas com diferentes níveis de deficiência e aos surdos.

Qual a importância de Libras para as pessoas surdas?

 A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um marco para a comunidade surda, sendo extremamente importante para a identidade, autonomia e inclusão social da pessoa surda. 

A Libras é reconhecida como meio Legal de comunicação e expressão, sendo a primeira língua dos surdos e o português a segunda. 

A comunicação viabilizada através da Libras, proporciona uma melhor compreensão entre surdos e ouvintes, superando a barreira da comunicação oralizada. Esse é o maior desafio encontrado para uma pessoa surda, pois a comunicação passa a ser um obstáculo no seu dia a dia, afastando muitos surdos da vida na sociedade, por não conseguir se comunicar. 

A pessoa surda, através da Língua de Sinais, pode desenvolver sua autonomia por completo, seja emocional, familiar ou profissional, proporcionando assim a verdadeira inclusão social. Por isso, é essencial que os pais de crianças surdas tenham contato com a Libras o quanto antes, pois dessa forma a comunicação familiar será feita de forma mais leve. 

Junto ao ambiente familiar, é essencial que a Libras esteja presente em ambientes públicos como escolas, hospitais, delegacias, eventos, cartórios, entre outros, pois dessa forma a participação da população surda na sociedade se torna completa. 

Além disso, é essencial também que a Libras esteja presente em ambientes corporativos. Os surdos e deficientes auditivos têm plenas condições de exercerem funções na sociedade. Basta uma oportunidade e menos preconceito para que elas sejam incluídas e mostrarem seu valor e contribuição para a sociedade. 

Nas empresas, é fundamental aumentar a quantidade de deficientes auditivos e surdos trabalhando. A inclusão não está somente em saber conversar, entender as diferenças e respeitar, é preciso incluir. Criar vagas em que essas pessoas possam estar e dar a oportunidade, principalmente, é o mais importante quando se fala em acolher essas pessoas.

A Libras é uma ponte de comunicação, sendo um pilar de conexão entre surdos e ouvintes, viabilizando a individualidade da pessoa surda. O que está esperando para aprender Libras? Seja uma ponte, faça parte da inclusão. 

Conclusão

A verdadeira inclusão começa quando entendermos que o respeito se pratica no cotidiano, desde usar os termos corretos até garantir acessibilidade em todos os espaços. Que possamos percorrer a jornada da inclusão com empatia e compromisso genuíno com a diversidade humana. Seja você uma ponte para inclusão e torne o seu ambiente acessível a todos os públicos. Entre em contato com nossa equipe e nós vamos te ajudar!

Escrito por:

Camila Graziela – Analista de Conteúdo

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