Você já se perguntou quantas pessoas sabem Libras no Brasil? Em um país com milhões de brasileiros surdos ou com deficiência auditiva, a resposta a essa pergunta vai muito além da curiosidade. Ela tem impacto direto em políticas públicas, acessibilidade em serviços e, principalmente, em como empresas se comunicam com seus públicos e colaboradores.
Neste artigo, vamos explorar dados atualizados sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Brasil, entender o perfil de quem a utiliza, o número de intérpretes e professores habilitados, além dos motivos pelos quais muitas pessoas surdas ainda não usam Libras. Também abordaremos o papel das empresas e áreas de Recursos Humanos e Diversidade e Inclusão nesse cenário.
Qual a porcentagem de brasileiros que sabem Libras?
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 10,7 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva . Desses, uma parcela utiliza Libras como principal forma de comunicação. No entanto, o número de pessoas que sabem Libras no Brasil é bastante limitado se considerarmos a necessidade de comunicação acessível.
Embora não exista um levantamento oficial recente sobre o total de pessoas fluentes em Libras no país, estimativas apontam que apenas cerca de 1 milhão de pessoas tenham conhecimento da língua – incluindo surdos, intérpretes, educadores e familiares. Isso representa menos de 0,5% da população brasileira.
Esse número é baixo, considerando o potencial de impacto que o domínio da Libras pode ter para promover acessibilidade real, tanto em contextos públicos quanto no ambiente corporativo.
Quantos professores no Brasil sabem Libras?
De acordo com o Censo da Educação Básica, o Brasil conta com mais de 2,2 milhões de professores. Contudo, apenas uma parte muito pequena está habilitada em Libras. Em 2021, o Ministério da Educação (MEC) identificou cerca de 12 mil professores com formação específica em Libras.
Além disso, muitas instituições de ensino ainda não oferecem Libras como disciplina obrigatória em cursos de licenciatura, o que limita a formação de novos profissionais aptos a lidar com alunos surdos. Isso reflete diretamente na qualidade da inclusão educacional e na falta de comunicação efetiva em sala de aula.
Quantos intérpretes de Libras existem no Brasil?
Outro ponto importante é o número de intérpretes profissionais em atividade no Brasil. Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), existem cerca de 20 mil intérpretes de Libras cadastrados em todo o país.
Esse número, no entanto, ainda é insuficiente para atender à demanda real de intérpretes nas escolas, universidades, repartições públicas, hospitais e empresas privadas. Em muitos estados, a proporção de intérpretes por pessoa surda é bastante desigual, o que compromete o direito à comunicação plena e acessível.
Quantas pessoas surdas existem no Brasil?
De acordo com o Censo Demográfico 2022 do IBGE, existem aproximadamente 2,3 milhões de pessoas surdas no Brasil – ou seja, com deficiência auditiva severa ou total. Esse número representa as pessoas que se declaram como “surdas” ou “com grande dificuldade para ouvir”.
Se considerarmos todos os graus de deficiência auditiva (leve, moderada, severa e total), o número sobe para mais de 10 milhões de brasileiros. Isso torna a comunidade surda uma das maiores populações com deficiência no país, demandando políticas públicas, acessibilidade e inclusão no mercado de trabalho.
Qual o percentual de surdos no Brasil?
Em termos percentuais, o número de pessoas com deficiência auditiva no Brasil representa cerca de 5% da população total. Já o número de pessoas que se declaram surdas (com perda total de audição) corresponde a aproximadamente 1% da população.
Esses dados mostram que, embora não seja a maioria, o grupo é expressivo e precisa ser considerado nos planejamentos de acessibilidade, comunicação e inclusão — especialmente dentro das empresas.
Por que a maioria das pessoas com deficiência auditiva não usa Libras no Brasil?
Um dos principais fatores que explica por que muitos surdos não usarem Libras no Brasil é o acesso limitado à educação bilíngue e à própria língua de sinais durante a infância. Muitas crianças surdas são inseridas em ambientes onde se prioriza a oralização, sem o ensino adequado da Libras.
Além disso, há falta de políticas públicas consistentes para promoção da Libras desde a infância, escassez de professores capacitados e pouca oferta de cursos gratuitos ou acessíveis para familiares. Outro ponto é o preconceito linguístico: muitos ainda veem a Libras como uma “linguagem menor”, o que dificulta sua valorização.
No ambiente corporativo, a situação é semelhante: poucas empresas oferecem treinamentos de Libras a seus colaboradores, o que acaba restringindo o acesso e a inclusão de profissionais surdos no mercado de trabalho.
Quais são as línguas mais faladas no Brasil?
O Brasil é um país cheio de diversidade linguística. Embora o português seja a língua que a maioria das pessoas usa no dia a dia, não é a única. Por aqui, também existem comunidades que falam línguas indígenas, idiomas trazidos por imigrantes, como alemão, italiano e japonês, e claro, a Língua Brasileira de Sinais ( Libras), que é fundamental para a comunicação da comunidade surda.
Pensando nisso, fizemos um pequeno ranking das línguas mais faladas no Brasil, para mostrar um pouco dessa variedade:
- Português
É a língua oficial e o idioma falado pela esmagadora maioria da população, cerca de 98%. Está presente em todos os cantos do país e é a base da nossa comunicação, educação e serviços. - Alemão
Presente principalmente no Sul do país, especialmente em cidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, o alemão não é só o idioma oficial da Alemanha. Aqui, muitas pessoas falam dialetos locais, como o Hunsrückisch, que ainda circula em famílias e comunidades que preservam essa tradição. - Italiano
Assim como o alemão, o italiano chegou com a imigração e ficou marcado principalmente na região Sul e Sudeste. Vários descendentes de italianos mantêm os dialetos de suas famílias, como o vêneto, que ainda pode ser ouvido em algumas cidades. - Japonês
O Brasil tem a maior comunidade japonesa fora do Japão. O japonês é falado, especialmente entre os mais velhos e nas escolas e associações culturais, principalmente no estado de São Paulo. - Línguas indígenas
O Brasil tem centenas de povos indígenas, cada um com sua própria língua, por isso existe uma diversidade muito grande de línguas indígenas. Muitas delas correm risco de desaparecer, mas ainda são faladas por dezenas de milhares de pessoas e fazem parte do coração dessas comunidades. - Espanhol
Apesar de não ser língua materna da maioria dos brasileiros, o espanhol é cada vez mais comum, principalmente nas regiões de fronteira e em áreas comerciais. Também é muito estudado por quem quer se comunicar com nossos vizinhos da América Latina.
Como aprender Libras?
Aprender Libras é um passo importante para promover a inclusão e ampliar a comunicação com pessoas surdas. Existem diferentes formas de iniciar esse processo:
- Cursos online gratuitos ou pagos, com diferentes níveis de aprendizado;
- Parcerias com instituições como a FENEIS, que oferecem formação para empresas e indivíduos;
- Aplicativos e plataformas interativas, que ensinam sinais básicos de forma acessível;
- Projetos corporativos de treinamento em Libras, que podem ser oferecidos aos colaboradores em empresas.
Para empresas comprometidas com acessibilidade e inclusão, investir em capacitação em Libras para o time, principalmente para áreas como atendimento ao cliente, RH e liderança é uma decisão estratégica.
Conclusão
Saber quantas pessoas sabem Libras no Brasil nos ajuda a entender o tamanho do desafio de inclusão que enfrentamos e as oportunidades que ele apresenta. A comunicação acessível ainda é limitada, e o número de pessoas com fluência em Libras está muito aquém da necessidade real do país.
Empresas que desejam ser inclusivas não podem se basear apenas em boas intenções. É preciso investir em acessibilidade concreta, começando pela comunicação. Isso significa, por exemplo, contar com soluções como intérpretes de Libras, treinamentos corporativos e plataformas de atendimento acessível.
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Escrito por:
Camila Santos – Analista de Conteúdo