Muitas pessoas ainda ficam em dúvida, se a Libras é universal ou não. Essa dúvida talvez aconteça porque nem todos sabem que a sigla representa justamente a Língua Brasileira de Sinais, uma língua oficial da comunidade surda brasileira.
Quer entender melhor como a Libras funciona e sua importância para inclusão? Você está no lugar certo, vamos te explicar tudo!
O que é Libras?
A Libras é sigla para Língua Brasileira de Sinais, uma língua completa com uma estrutura própria, utilizada pela comunidade surda no Brasil.
Diferente de uma linguagem informal, ela é considerada uma língua agramatical, o que significa que não segue os mesmos padrões de gramática da língua portuguesa.
Vale lembrar que as expressões faciais e movimentos corporais fazem parte da comunicação, o que torna ela uma língua espaço-visual.
Qual a origem da Libras?
A Libras surgiu a partir de uma mistura cultural fascinante! No século XIX, o educador francês Ernest Huet trouxe para o Brasil a Língua de Sinais Francesa que acabou se fundindo com os sinais que já eram usados pelos surdos brasileiros e a partir disso deu origem à Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Em 1857, essa trajetória ganhou um marco importante com a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), responsável pela institucionalização da Libras no país. Carregando então um pedaço extremamente importante da história do Brasil.
Libras é universal: Mito ou verdade?
Já vou te dar um spoiler… Libras não é universal! Cada país tem sua própria língua de sinais e estima-se que existem entre 138 e 300 diferentes Línguas de Sinais pelo mundo, cada uma com seu alfabeto e estrutura única.
Além disso, vale lembrar que a Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida em 24 de abril de 2002 pela Lei 10.436, tornando a Libras um meio oficial de comunicação e expressão no Brasil.
Tem Libras em outros países?
A Libras é exclusivamente brasileira, como já diz o seu nome, mas isso não significa que outros países não tenham suas próprias línguas de sinais.
Pelo contrário, existem centenas de línguas de sinais pelo mundo, cada uma com sua riqueza cultural e identidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, o ASL (Língua de Sinais Americana) é muito utilizado, enquanto na França, a LSF (Língua de Sinais Francesa) é a preferida.
Curiosamente, até dentro de um mesmo país, podem existir variações regionais. No Brasil, por exemplo, alguns sinais mudam de acordo com a região, assim como acontece com sotaques no português. Isso mostra como as línguas de sinais são vivas e dinâmicas e refletem a cultura e a identidade de cada comunidade.
Vale destacar que, embora a Libras e ASL sejam diferentes, algumas línguas de sinais podem compartilhar origens comuns. Por exemplo, o ASL tem raízes na LSF, por ter sido introduzida nos Estados Unidos por um educador francês chamado Laurent Clerc no século XIX.
Já a Libras, por sua vez, também foi influenciada pela LSF, mas incorporou elementos de sinais indígenas e adaptações regionais ao longo do tempo.
Além disso, existem línguas de sinais completamente distintas, como a BSL (Língua de Sinais Britânica), usada no Reino Unido, que é diferente do ASL, apesar de ambos os países compartilharem o inglês como língua oral.
Isso prova que as línguas de sinais não são meras “traduções” das línguas faladas, mas sim sistemas linguísticos completos e autônomos, essenciais para a comunicação e a cultura das comunidades surdas em todo o mundo.
Línguas de sinais mais importantes do mundo. Quais são elas?
Assim como as línguas oralizadas, as línguas de sinais variam de país para país, cada um com sua própria estrutura de sinais e significados. Dessa forma, todas as línguas de sinais são importantes, por meio delas milhões de pessoas, em diversos países podem se comunicar de forma clara.
Mas dentro dessa diversidade, algumas línguas de sinais se destacam por sua influência significativa e por isso vamos falar um pouco mais sobre elas:
Língua de Sinais na França
A Língua de Sinais Francesa (LSF) é considerada uma das línguas mais antigas da Europa, sendo a língua materna de mais de 100 mil franceses.
Por ser uma das mais antigas, ela acabou dando origem a diversas outras Línguas de Sinais como:
- Língua Brasileira de Sinais (Libras);
- Língua de Sinais Russa (RSL);
- Língua de Sinais Alemã (DGS);
- Língua de Sinais Americana (ASL); e
- Língua de Sinais Irlandesa (ISL).
Língua de Sinais da América
Já American Sign Language (ASL) é uma das mais difundidas, especialmente por causa da influência cultural dos Estados Unidos. A ASL é usada nos EUA e países como:
- Filipinas;
- Porto Rico;
- República Dominicana;
- Canadá;
- México;
- África Ocidental; e
- Sudeste Asiático.
As línguas de sinais são realmente importantes?
Com certeza! As línguas de sinais são ferramentas poderosas de inclusão que se mostram essenciais no dia a dia da pessoa surda.
A inclusão começa quando reconhecemos que a comunicação deve ser adaptável às necessidades de todos.
A inclusão promovida pelas línguas de sinais
As línguas de sinais representam muito mais que um código de comunicação, elas permitem que a comunidade surda tenha acesso à educação, ao trabalho e à vida social de forma plena.
Além disso, promovem a valorização da identidade surda, mostrando que a comunicação vai muito além das palavras faladas. Se torna a chave para a participação da comunidade surda na sociedade por um todo, trazendo um impacto profundo.
Conclusão
A Libras não é universal, mas é uma parte essencial da cultura brasileira. Ela nos lembra que a diversidade linguística é um tesouro a ser celebrado e reconhecido como parte da história do Brasil.
Atualmente, segundo o IBGE existem 10.787.458 pessoas com algum nível de deficiência auditiva no Brasil. Esse ponto reforça a importância da acessibilidade e como ela precisa estar presente em todos os espaços como escolas, empresas, comércios e plataformas digitais.
A inclusão começa com pequenas ações, mas seu impacto é transformador. Que tal fazer parte dessa mudança? Seja um agente de inclusão: adapte seu ambiente, quebre barreiras e permita que todos se comuniquem com autonomia.
Ficou interessado? Entre em contato conosco e descubra como levar a Libras para o seu dia a dia, porque inclusão não é só um gesto, é uma revolução.
Escrito por:
Camila Graziela – Analista de Conteúdo