A acessibilidade é um tema cada vez mais presente nas discussões sobre inclusão, diversidade e inovação dentro das empresas. Mas quando falamos em acessibilidade, não estamos tratando apenas de rampas e elevadores estamos falando, também, da experiência digital e comunicacional de pessoas com deficiência, em especial, das pessoas surdas.
Você sabe como sua empresa pode se tornar mais acessível para esse público? Como adaptar processos, ferramentas e canais para garantir uma participação plena e equitativa de colaboradores, clientes e parceiros surdos?
Neste artigo, você vai entender o que é acessibilidade no contexto corporativo, por que vale a pena investir nisso, quais ações práticas podem ser implementadas e como a legislação e a cultura organizacional influenciam esse processo. Se você atua em RH, D&I, DHO, ESG ou no setor público, este conteúdo é para você.
O que é acessibilidade no contexto corporativo?
A acessibilidade no ambiente corporativo vai muito além da estrutura física. Ela envolve práticas, ferramentas e políticas que garantem a participação plena de todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas.
No contexto da inclusão digital, a acessibilidade diz respeito à maneira como pessoas com deficiência conseguem acessar, compreender e interagir com plataformas, sistemas, vídeos, documentos e conteúdos disponibilizados pela empresa tanto internamente (para colaboradores) quanto externamente (para clientes, fornecedores e público em geral).
Para pessoas surdas, isso significa ter acesso a atendimento em Libras, intérpretes em reuniões e treinamentos, vídeos com tradução ou legendas acessíveis, além de sistemas e plataformas preparados para a comunicação visual, que é a base da Libras. A acessibilidade digital, portanto, não é apenas um diferencial, é um compromisso com os direitos humanos e com a equidade no ambiente corporativo.
Por que tornar a empresa mais acessível?
Além do cumprimento legal, investir em acessibilidade digital traz uma série de benefícios estratégicos. A empresa se torna, de fato, mais inclusiva e diversa, permitindo que pessoas com deficiência, como surdos e surdas, tenham acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento, comunicação e desempenho que os demais colaboradores.
A experiência do cliente também melhora. Ao tornar seus canais de atendimento e comunicação mais acessíveis, sua empresa alcança um público muitas vezes negligenciado, amplia sua base de clientes e melhora sua reputação institucional.
Além disso, a acessibilidade é um indicador de inovação e responsabilidade social. Demonstra que a empresa está alinhada com boas práticas de ESG e que está atenta às transformações sociais. Isso é um diferencial competitivo, especialmente em processos de licitação ou parcerias com o setor público.
E claro, investir em acessibilidade é uma forma de atender à legislação brasileira, como a LBI (Lei Brasileira de Inclusão), evitando sanções e fortalecendo a reputação da marca.
Como as empresas podem se tornar mais acessíveis?
Tornar uma empresa mais acessível exige planejamento, sensibilização e ações práticas. Uma das primeiras medidas é oferecer atendimento em Libras. Pessoas surdas têm o direito de se comunicar em sua língua, e isso deve ser garantido nos canais de comunicação da empresa. Seja por meio de intérpretes humanos ou com o uso de soluções tecnológicas como o aplicativo ICOM, é possível disponibilizar atendimento em Libras no site, no SAC, em agendamentos, entrevistas de emprego, treinamentos e até na telemedicina. O ICOM, por exemplo, conecta empresas e usuários surdos a intérpretes em tempo real, de forma rápida e segura.
Outro passo essencial é capacitar a equipe. Profissionais de atendimento, RH e lideranças precisam estar preparados para lidar com a diversidade linguística. Oferecer treinamentos sobre Libras, sobre a cultura surda e sobre práticas de comunicação visual pode transformar o ambiente interno. Sensibilizar a equipe para essa realidade é o primeiro passo para uma inclusão efetiva.
É importante também produzir conteúdos acessíveis. Sites corporativos podem contar com tradução em Libras, e todos os vídeos da empresa devem ser legendados. Pessoas surdas, muitas vezes, têm o português como segunda língua, então adaptar a comunicação visual e garantir a tradução para Libras, o uso de linguagem direta e de recursos visuais contribui para uma comunicação realmente inclusiva.
Além disso, os processos seletivos precisam ser acessíveis desde o início. Muitos candidatos surdos enfrentam barreiras já na etapa de inscrição. Formulários precisam ser simples e claros. A empresa pode permitir o envio de vídeos em Libras como parte do processo, disponibilizar intérpretes nas entrevistas e criar materiais de divulgação acessíveis. Tudo isso reforça o compromisso da empresa com a inclusão e atrai talentos diversos.
A tecnologia é uma aliada poderosa. Além de plataformas como o ICOM, que viabilizam atendimento em Libras, existem ferramentas de reuniões com suporte para intérprete em tempo real, recursos de transcrição automática e softwares de apoio para acessibilidade visual. Integrar essas soluções ao dia a dia da empresa demonstra que a inclusão faz parte da estratégia de inovação.
O que diz a legislação sobre acessibilidade nas empresas?
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), conhecida como LBI, estabelece diretrizes claras sobre a acessibilidade nas organizações. O artigo 63 da LBI determina que empresas devem garantir o acesso a informações e serviços em formatos acessíveis, inclusive em meios digitais. Isso inclui sites, plataformas, sistemas e canais de comunicação.
O Decreto nº 5.296/2004 também estabelece obrigações para acessibilidade na comunicação, incluindo o direito ao uso de intérpretes de Libras em situações em que isso for necessário.
Além disso, empresas que prestam serviços à população, sejam privadas ou públicas, têm a obrigação de garantir o atendimento acessível a pessoas com deficiência. Isso inclui garantir o direito à comunicação plena e efetiva, com recursos adequados às especificidades de cada pessoa.
Portanto, a acessibilidade digital não é apenas uma boa prática — ela é uma exigência legal. E estar em conformidade com a legislação é um passo fundamental para qualquer empresa que deseja atuar de forma ética, responsável e sustentável.
Qual é o papel da cultura organizacional na promoção da acessibilidade?
A cultura organizacional tem papel central na promoção da acessibilidade. Sem o apoio da liderança, sem um ambiente favorável à escuta ativa e ao acolhimento da diversidade, nenhuma iniciativa técnica se sustenta.
Promover a acessibilidade digital para pessoas surdas exige mais do que investimentos em ferramentas. É necessário que a empresa valorize a pluralidade linguística e reconheça a Libras como uma das línguas possíveis de comunicação dentro do seu ecossistema.
Lideranças inclusivas fazem a diferença. Quando gestores e coordenadores estão sensibilizados e engajados, eles promovem ações afirmativas, fomentam mudanças e transformam a cultura de forma mais profunda. Além disso, celebrar datas e histórias da comunidade surda — como o Setembro Azul — ajuda a engajar os colaboradores e a tornar a pauta da acessibilidade mais presente no cotidiano corporativo.
Quando a acessibilidade digital faz parte dos valores institucionais, ela passa a ser considerada nas metas, no planejamento estratégico e nas decisões cotidianas. Isso é o que diferencia empresas que realmente acreditam na inclusão daquelas que apenas cumprem o básico por obrigação.
Conclusão
Tornar sua empresa mais acessível para pessoas surdas não é apenas uma ação de responsabilidade social. É uma estratégia inteligente, alinhada com a inovação, a diversidade e os princípios de equidade.
Com medidas simples e consistentes como atendimento em Libras, conteúdos acessíveis e sensibilização da equipe é possível transformar a realidade de muitas pessoas e posicionar sua organização como referência em inclusão.
Se sua empresa quer entender o nível atual de acessibilidade, implantar soluções de atendimento em Libras ou conhecer casos de sucesso no mercado, a equipe do ICOM pode ajudar. Agende seu teste gratuito agora mesmo.
A mudança começa por você. E ela pode começar hoje.
Escrito por:
Camila Santos – Analista de Conteúdo