Abordar o que é equidade no ambiente corporativo vai muito além de uma discussão a respeito de justiça social. Trata-se de um conceito que deve fazer parte da identidade de empresas de diferentes setores, visando construir espaços mais inclusivos e produtivos.

Muitas organizações ainda operam com base apenas na igualdade e na meritocracia, ignorando que nem todos os colaboradores partem do mesmo ponto de largada. Essa abordagem, embora bem-intencionada, pode perpetuar desigualdades internas, dificultar a retenção de talentos diversos e comprometer o desempenho da equipe.

Por este motivo, trouxemos todos os detalhes sobre o que é equidade e como o conceito se diferencia da igualdade. Para que possa compreender qual é a importância da equidade no dia a dia corporativo e como aplicar o conceito em seu negócio. Visando que tenha clareza sobre como construir um ambiente mais justo, produtivo e alinhado às demandas atuais de inclusão e responsabilidade social corporativa.

Qual é o significado de equidade?

A equidade pode ser definida como a prática de tratar cada pessoa de forma justa, levando em consideração suas particularidades, desafios e necessidades específicas. Por isso se distingue da igualdade, que oferece as mesmas condições para todos.

Quando pensamos em equidade no ambiente corporativo, envolve oferecer o que cada um precisa para que possam sair do mesmo ponto de partida, visando que todos tenham oportunidade de desenvolver seu potencial.

Um exemplo prático de equidade no trabalho é contratar um intérprete de Libras para uma pessoa surda em uma entrevista de emprego. Uma vez que, a contratação garante que esse profissional tenha as mesmas condições de participação que os demais candidatos.

oqueA inclusão de colaboradores surdos nas empresas promove um ambiente diverso, mas é através da adaptação do cotidiano com a contratação de intérpretes que a organização poderá promover equidade na prática.

Qual é a importância da equidade para a sociedade?

Promover a equidade é uma forma de corrigir desigualdades históricas e sociais que ainda impactam alguns grupos como as pessoas com deficiência, mulheres, negros, indígenas e a comunidade LGBTQIAPN+. Ela contribui para:

• Reduzir disparidades sociais e econômicas;
• Estimular a inclusão e o respeito à diversidade;
• Garantir que todos tenham oportunidades reais de desenvolvimento.

Na prática, uma sociedade mais equitativa é mais coesa, democrática e próspera para todos. No cotidiano laboral, ter um grupo diverso promove fomento às ideias criativas, desenvolvimento de um ambiente de respeito e inovação.

Portanto, todos os que convivem tendem a ser diretamente beneficiados quando a empresa adota uma política de inclusão e diversidade no ambiente laboral. Uma vez que, a sociedade é diversa e as empresas precisam representar essa diversidade incluindo os mais variados grupos como parte de suas equipes.

Dessa forma, os clientes se identificam com os atendentes, as discussões em reuniões são mais ricas com diversos pontos de vista sendo levantados e a equipe tende a ser mais eficaz em seus posicionamentos.

Qual é a diferença entre equidade e igualdade?

Embora muitas vezes sejam confundidos, os conceitos de equidade e igualdade não são sinônimos, todavia, caminham juntos para ambientes laborais mais saudáveis.

A igualdade consiste em oferecer as mesmas condições de trabalho para todos, independentemente das diferenças individuais. Enquanto a equidade reconhece as diferenças e oferece condições ajustadas, para que todos tenham o mesmo ponto de partida.

Por exemplo, imagine 2 profissionais diferentes, um que é surdo e outro que ouve perfeitamente. A igualdade dá acesso para que ambos atuem no mesmo cargo, a equidade garante que o surdo tenha um intérprete para participar das reuniões e tomada de decisões.

É por isso que igualdade e equidade caminham lado a lado, promovendo condições de construirmos uma sociedade inclusiva e mais igualitária, para que todos tenham acesso a oportunidades.

Onde a equidade se aplica?

A equidade deve ser aplicada em todos os contextos sociais e institucionais. Ela se manifesta quando reconhecemos que nem todas as pessoas partem do mesmo lugar e, por isso, precisam de apoios diferentes para alcançar as mesmas oportunidades. A seguir, veja como esse conceito se aplica de forma prática em diversas áreas:

Educação

A educação é um dos setores da sociedade que é mais impactado quando há falta de equidade. Crianças e jovens de diferentes origens sociais enfrentam desafios distintos como a fome, falta de acesso à internet, ausência de apoio familiar, deficiência, entre outros desafios. Por isso, é impossível que em uma sala de 40 alunos todos tenham uma boa performance se não há promoção da equidade.

Segundo dados do IBGE de 2022, apenas uma em cada 4 pessoas com deficiência concluiu o ensino básico. A taxa de analfabetismo entre o grupo de pessoas com deficiência é de 19,5% enquanto a taxa no grupo de pessoas sem deficiência é de apenas 4,1%. 

Alguns exemplos de ações de equidade contribuem para transformar essa realidade, como:

• Programas de cotas e ações afirmativas no ensino superior para pessoas negras, indígenas e de baixa renda;
• Educação inclusiva com intérpretes de Libras, materiais em braile e salas multifuncionais para estudantes com deficiência;
• Distribuição de tablets e chips de internet durante a pandemia, por exemplo, foi uma ação emergencial de equidade.

Saúde

Na saúde pública, a equidade é fundamental para garantir o direito universal ao atendimento, respeitando todas as vulnerabilidades específicas geográficas, sociais ou biológicas que impactam os diferentes grupos sociais. 

Algumas medidas que podem melhorar a equidade na saúde são:

• Unidades móveis de saúde para atender comunidades rurais e ribeirinhas;
• Protocolos diferenciados para populações indígenas e quilombolas;
• Campanhas de vacinação acessíveis, com intérprete de Libras, linguagem simples e pontos em comunidades periféricas.

Justiça

A equidade no sistema de justiça busca combater desigualdades estruturais que afetam diferentes grupos vulneráveis, como mulheres, jovens negros e pessoas com deficiência. 

Alguns exemplos de medidas adotadas para promover a equidade são:

• Audiências com recursos de acessibilidade comunicacional, como intérprete de Libras e legendas;
• Delegacia da mulher e delegacia do idoso, para prestar suporte humanizado para vítimas de violência;
• Lei Maria da Penha, que promove proteção para mulheres vítimas de violência doméstica;
• Defensoria Pública gratuita para quem não pode pagar advogados.

Mercado de trabalho

O ambiente corporativo é historicamente excludente com determinados grupos. Aplicar a equidade aqui significa eliminar barreiras que impedem o acesso, a permanência e o crescimento profissional de todas as pessoas que fazem parte da rotina da empresa. 

Alguns exemplos de como reverter o quadro:

• Ações afirmativas na contratação de pessoas com deficiência, negros, mulheres e LGBTQIAPN+;
• Plataformas de acessibilidade como o ICOM para comunicação em tempo real com surdos;
• Adaptações estruturais com utilização de banheiros acessíveis, sinalização tátil, rampas e outras soluções;
• Mentorias e trilhas de carreira específicas para públicos sub-representados na organização.

Políticas públicas

Outro ponto de atenção é que a equidade é a base de políticas públicas que visam corrigir distorções sociais e promover o desenvolvimento sustentável de diferentes grupos sociais. 

Alguns exemplos de aplicação são:

• Cotas em concursos públicos;
•  Benefícios como o Bolsa Família, que priorizam mulheres chefes de família; 
• Isenção de taxas em vestibulares para pessoas de baixa renda;
• Planos urbanos que priorizam mobilidade acessível em calçadas, transporte, semáforos sonoros.

Quais são os maiores exemplos de equidade?

Para entender o que é equidade na prática, é essencial observar ações que corrijam injustiças históricas, estruturais ou contextuais. Esses exemplos não apenas ilustram o conceito, mas também servem como referência para novas políticas públicas e práticas corporativas, compreenda:

Cotas para pessoas com deficiência

A Lei nº 8.213/91 exige que empresas com 100 ou mais funcionários reservem de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência. Ela considera as barreiras que esse grupo enfrenta no mercado de trabalho e cria uma medida compensatória para garantir acesso equitativo ao emprego.

Políticas de diversidade nas empresas

A iniciativa privada já se manifestou com programas de trainee exclusivos para pessoas negras, mulheres na liderança e inclusão de pessoas trans em grandes organizações.

Acessibilidade comunicacional com uso de tecnologia assistiva

O uso de plataformas como o ICOM, que conecta colaboradores surdos a intérpretes de Libras em tempo real, é um exemplo claro de equidade digital e comunicacional no ambiente corporativo e em serviços públicos.

Licença-maternidade estendida e políticas de apoio à parentalidade

Algumas empresas estendem a licença-maternidade ou paternidade, oferecem salas de amamentação, auxílio-creche e jornadas flexíveis para mães solo, por exemplo. Um suporte que é essencial para que essas profissionais não sejam excluídas do ambiente corporativo por causa da maternidade.

Atenção diferenciada no SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) adota práticas equitativas ao oferecer programas voltados a populações vulneráveis, como o combate à mortalidade materna entre mulheres negras e indígenas, ou o cuidado integral à saúde mental da população em situação de rua.

Essas ações demonstram o compromisso institucional com a justiça social e a inclusão de todos, promovendo ambientes diversos e nos quais os profissionais podem se desenvolver.

Como promover a equidade no ambiente corporativo?

Entender o que é equidade no mundo corporativo vai além de boas intenções. Promover a equidade exige planejamento, comprometimento institucional e uma mudança de cultura. Veja como transformar esse conceito em ação concreta em sua organização:

1.      Mapeie desigualdades internas

Antes de agir, é fundamental diagnosticar onde estão os gargalos: quem está sendo excluído? Quais são os perfis sub-representados na empresa? Existe evasão de talentos por falta de acolhimento?

Ferramentas como pesquisas de clima organizacional, entrevistas internas e auditorias de diversidade ajudam a levantar dados confiáveis que vão mapear a situação. Afinal, cada empresa enfrenta uma realidade e é indispensável diagnosticar para ter parâmetros antes de começar a agir.

2.      Implemente políticas afirmativas

Criar ações específicas para corrigir desigualdades é uma estratégia legítima e comprovada. Alguns exemplos podem te inspirar:

• Reservar vagas para pessoas com deficiência ou pessoas negras;
• Programas de mentoria para mulheres em áreas técnicas;
• Recrutamento direcionado a pessoas trans.

Essas ações não criam privilégios, elas equilibram o acesso e a permanência dos talentos na organização, criando um ambiente de respeito e apoio.

3. Garanta acessibilidade

Uma empresa equitativa é também uma empresa acessível para absolutamente todos os grupos sociais. Isso inclui:

• Acessibilidade física por meio de rampas, elevadores, sinalização e etc;
• Acessibilidade digital implementando sites acessíveis, plataformas compatíveis com leitores de tela;
• Comunicação acessível com o apoio de intérpretes de Libras, legendas e linguagem simples. O ICOM pode ser integrado em reuniões, entrevistas e treinamentos para garantir comunicação inclusiva com colaboradores e até clientes surdos.

4. Treine lideranças e equipes

Capacitar gestores e colaboradores para lidar com a diversidade é essencial. O treinamento pode abordar uma série de fatores que impactam o dia a dia, como:

• Viés inconsciente;
• Comunicação inclusiva;
• Práticas antidiscriminatórias;
• Cultura do respeito às diferenças.

Empresas que educam suas lideranças colhem os melhores resultados em clima organizacional e engajamento.

5. Estabeleça metas e indicadores

A equidade precisa ser mensurada, por isso é tão importante começar o processo por meio de um diagnóstico. Defina seu cenário atual, indicadores de diversidade, inclusão e permanência, como:

• Percentual de pessoas negras ou com deficiência em cargos de liderança;
• Nível de satisfação de grupos minoritários;
• Retenção de talentos diversos.

Essas métricas ajudam a direcionar recursos e a mostrar o impacto real das ações que estão sendo adotadas para ter uma empresa mais equitativa.

6. Crie canais de escuta e acolhimento

Ouvir atentamente as pessoas que são alvo das desigualdades é o primeiro passo para transformar a empresa. Invista em:

• Grupos de afinidade;
• Comitês de diversidade;
• Canais anônimos de denúncia de discriminação;
• Rodas de conversa e feedbacks contínuos.

7. Celebre datas e ações de forma genuína

Campanhas internas no Dia da Mulher, Dia da Consciência Negra ou Semana da Pessoa com Deficiência devem ir além do marketing. Traga histórias reais, dados, palestras e compromissos públicos com a transformação.

Conclusão

Agora que sabe o que é equidade, fica claro que ela é um pilar fundamental para construir ambientes mais justos, tanto na sociedade quanto dentro das organizações. Ao aplicar a equidade de forma estratégica, empresas caminham rumo à verdadeira inclusão, aquela que respeita, acolhe e desenvolve todos os indivíduos, reconhecendo suas singularidades.Se você deseja tornar sua empresa mais inclusiva e acessível, conheça o ICOM e descubra como nossa plataforma pode transformar a comunicação com pessoas surdas de forma rápida, prática e humana. Transforme a experiência de seus colaboradores e clientes surdos com a plataforma